São precisos mais vigilantes e sapadores florestais, defende associação



A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN) acusou hoje os sucessivos governos de abandonarem as florestas e as áreas protegidas, alertando para a urgência em reforçar o efectivo de vigilantes da natureza e de sapadores florestais na prevenção de incêndios.

“Não foram apenas as populações que deixaram o interior rumo ao litoral, o Estado foi também nas últimas décadas abandonando sucessivamente o interior e, consequentemente, o património natural, nomeadamente a floresta”, pode ler-se no comunicado da APGVN.

“Quando passa o Verão, os sucessivos governos esquecem tudo o que dizem quando Portugal está a arder”, é a crítica em forma de lamento desta associação. Apontam ainda o dedo à forma estrutural como o combate aos incêndios é feito em Portugal, uma vez que ano após anos se dá a repetição exactamente dos problemas do ano anterior.

Por outro lado, a associação ambientalista considera que ao longo das últimas décadas os vários governos não têm tido políticas de aposta nos meios humanos e materiais para a manutenção das florestas e da conservação da natureza. Isso é visível na função de guardas florestais, figuras de destaque que trabalhavam e viviam na floresta e que, com o passar do tempo, foram sendo “puxados e fixados nas sedes ou direcções regionais”, passando posteriormente para a GNR, e a figura dos guarda-rios, que acabou por ser extinta e integrada na carreira de vigilante da natureza.

Para a associação, é essencial e urgente o reforço de efectivos nesta carreira que, nos últimos 15 anos foi reduzido para metade e que precisava no mínimo de 700 profissionais, bem como  o alargamento das equipas de sapadores florestais.

“Para gerir a floresta e as áreas protegidas não basta apenas criar legislação que aplique coimas. É também necessário existir um conhecimento técnico e até cultural na vigilância e fiscalização destas áreas” e a “capacidade local de agir e gerir os espaços florestais”, lê-se no comunicado.

Foto: Agroportal 





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