Satélite vai varrer lixo espacial na órbita da Terra em 2018



Cientistas suíços vão lançar no espaço um satélite com tentáculos flexíveis capazes de varrer o lixo espacial dentro de cinco anos. O CleanSpace One será enviado para remover milhares de pedaços de foguetes e componentes de satélites que cercam a órbita do planeta Terra a velocidades de mais de 28 mil km/hora.

Os detritos na órbita do nosso planeta estão a tornar-se num problema cada vez mais grave. No ano passado, um relatório da NASA afirmou que a quantidade de lixo espacial chegou a um “ponto de viragem”. Em termos práticos, isto significa que a quantidade de lixo que flutua em torno da Terra vai começar a dificultar a deslocação de naves espaciais. “Perdemos o controlo do meio ambiente”, disse o cientista sénior Donald Kessler, autor do relatório.

No ano passado, a École Polytechnique Fédérale de Lausanne, na Suíça, anunciou então a sua intenção de projectar e lançar o CleanSpace One. O grupo deu agora mais um passo em frente, rumo ao seu objectivo, dando início a uma parceria com a Swiss Space Systems (S3).

A S3 está a desenvolver um novo método para lançar satélites com até 250 kg para o espaço – o CleanSpace One será um pouco maior do que o previsto inicialmente e pesará cerca de 30 kg. O seu lançamento está previsto para 2018 e envolverá um investimento de €12 milhões (R$ 35 milhões).

Existem cerca de 22 mil objectos em órbita que são grandes o suficiente para poderem ser localizados a partir da Terra e muitos outros mais pequenos capazes de causar danos nas naves espaciais e nos valiosos satélites humanos. No total, estima-se que haja 370 mil pedaços de lixo espacial a flutuar na órbita do nosso planeta.

O satélite irá recolher os detritos espaciais e empurrá-los de novo para a atmosfera da Terra, onde serão queimados na sua reentrada.

“Não podemos democratizar o acesso ao espaço sem ter uma atitude responsável”, disse Pascal Jaussi, director executivo da S3. “Se não lidarmos com o problema do lixo espacial em órbita e a sua acumulação, o acesso ao espaço pelas gerações futuras estará comprometido.”





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