Segunda vaga de calor intensifica incêndios nos arredores de Atenas e obriga a novas evacuações
As autoridades da Grécia ordenaram hoje novas evacuações na sequência dos incêndios florestais que deflagraram perto de Atenas, numa altura em que o país é atingido por uma segunda vaga de calor e regista temperaturas recorde.
Num combate sem tréguas contra as chamas, os bombeiros tentam preservar florestas, instalações industriais e casas de férias, segundo o relato das agências internacionais, que também referem que as evacuações prosseguiram hoje pelo terceiro dia ao longo de uma autoestrada que liga a capital grega à cidade de Corinto, no sul do país.
Vários meios aéreos estão envolvidos no combate às chamas desde as primeiras horas da manhã.
Neste momento, há três fogos ativos na periferia de Atenas, em zonas de habitação e de quintas agrícolas, sendo que os fortes ventos e as elevadas temperaturas registadas na área, que chegam a ultrapassar os 40 graus, estão a dificultar o trabalho dos bombeiros.
Na zona de Nea Peramos, uma região industrial a leste de Atenas, os ventos são muito fortes e as chamas ameaçam casas.
Para esta zona foram destacados cinco aviões e oito helicópteros de combate a incêndios.
A União Europeia (UE) anunciou hoje o envio de quatro aviões, disponibilizados por França e Itália, e de 220 bombeiros da Polónia, Roménia e da Eslováquia para ajudar as autoridades gregas a combaterem os incêndios, atualmente cerca de uma dezena, que afetam o país, em particular os arredores de Atenas.
No total, a UE confirmou a mobilização de quatro aviões anfíbios Canadair e mais equipas de bombeiros com o apoio de 65 viaturas.
Este apoio é ativado ao abrigo do Mecanismo de Proteção Civil da UE, através do qual os 27 Estados-membros prestam assistência face a desastres com a coordenação de Bruxelas.
No terreno já estavam equipas de Malta, Bulgária e Roménia.
As temperaturas no sul da Grécia podem atingir os 44 graus no final da semana, naquela que é a segunda vaga de calor a afetar o sul da Europa nas últimas duas semanas.
A Organização Meteorológica Mundial, um organismo das Nações Unidas, afirmou que os dados preliminares globais mostram que o mês de junho foi o mais quente desde que há registos.
“As condições meteorológicas extremas, uma ocorrência cada vez mais frequente no nosso clima em aquecimento, estão a ter um grande impacto na saúde humana, nos ecossistemas, nas economias, na agricultura, na energia e no abastecimento de água”, afirmou hoje o secretário-geral da organização, Petteri Taalas.
“Isto frisa a urgência crescente em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa o mais rapidamente e o mais profundamente possível”, disse o mesmo responsável.
Os países do sul da Europa, situados junto ao Mar Mediterrâneo, não são os únicos a ser atingidos por elevadas temperaturas.
Nos Balcãs, as autoridades da Macedónia do Norte prolongaram o alerta de calor com temperaturas previstas superiores a 43 graus, enquanto o Kosovo também emitiu avisos sobre o perigo do calor intenso.