Ser proprietário de um carro asfixia a classe média



É a classe média – e não as classes baixas e altas – que sente uma maior pressão financeira por possuir um automóvel, de acordo com Max Ehrenfreund, jornalista do Washington Post. No Wonkblog, o jornalista investigou em que áreas os mais ricos, os mais pobres e a classe média norte-americanos gastam o seu dinheiro. O trabalho teve como fonte os dados do Bureau of Labor Statistics norte-americano.

No que toca ao transporte, os resultados são alarmantes, sobretudo para a classe média. Mas já lá vamos. No que toca às necessidades básicas de alimentação e gastos com a renda de casa, os números são comuns: os ricos gastam mais nestas áreas, é claro, mas estes gastos representam menos no bolo total de gastos anuais. Para os norte-americanos mais pobres a situação é inversa: os gastos com alimentação e renda de casa são a maior parcela dos gastos totais anuais.

Quando analisamos os gastos com o transporte, porém, os números mostram que a classe média gasta uma grande parte do seu orçamento anual em despesas com a manutenção do automóvel, seguro do carro, combustível, estacionamento ou outras despesas. Esta percentagem é muito maior em relação aos gastos anuais dos mais ricos e mais pobres.

Os dados não revelam por que razão a despesas de transportes afectam tanto a classe média, mas o CityLab admite que não será difícil de perceber: evolução dos subúrbios, aumento dos preços das casas do centro da cidade, falta de investimento nas infra-estruturas ligadas ao trânsito e dependência do carro.

Os agregados familiares mais ricos possuem carros, claro, mas também têm poder financeiro para viver mais perto do trabalho, no centro das cidades, onde existem melhores opções de mobilidade. As famílias mais pobres, por outro lado, socorrem-se de comboios ou autocarros para a viagem entre a casa ou trabalho e, mesmo que passem horas no trânsito, não gastam muito em transportes.

Resta a classe média, que vive nos subúrbios e por vezes só tem o carro como opção para chegar o trabalho, com tudo o que isso significa em termos de gastos anuais. Nos Estados Unidos mas não só. E o que acontece quando o preço dos combustíveis sobre em flecha, como nos últimos anos? A classe média é a que mais sofre.

Foto: Moyan Brenn / Creative Commons





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