Serra da Estrela confirmada como Geopark Mundial da UNESCO
A candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO foi entregue em novembro de 2017, foi aprovada pelo Conselho Mundial de Geoparks em setembro de 2019 e hoje foi ratificada por aquele organismo numa reunião do Conselho Executivo.
A UNESCO refere numa nota publicada na sua página na internet que aprovou a designação de 15 novos Geoparques Globais na Europa, Ásia e América Latina, o que eleva a Rede Global de Geoparques “para 161 em 44 países”.
Para além do Geopark Estrela, a UNESCO também designou os Geoparks Cliffs of Fundi e Discovery (Canadá), Xiangxi e Zhangye (China), Lauhanvuori-Hämeenkangas (Finlândia), Toba Caldera (Indonésia), Rio Coco (Nicarágua), Hantangang (República da Coreia), Yangan-Tau (Rússia), Djerdap (Sérvia), Granada e Maestrazgo (Espanha), The Black Country (Reino Unido), Dak Nong (Vietname) e Kula-Salihli (Turquia).
Em Portugal, o Geopark Estrela vem juntar-se ao Açores UNESCO Global Geopark, ao Arouca UNESCO Global Geopark, ao Naturtejo da Meseta Meridional UNESCO Global Geopark e ao Terras de Cavaleiros UNESCO Global Geopark.
O coordenador executivo da Associação Geopark Estrela, Emanuel de Castro, referiu à agência Lusa que a oficialização da classificação da Serra da Estrela como Geopark Mundial “é o culminar de um longo processo de valorização, conservação e promoção do património da Estrela e dos nove municípios que integram este novo Geopark Mundial da UNESCO, reconhecendo o valor intrínseco da sua geologia e da estratégia de desenvolvimento territorial implementada pela Associação Geopark Estrela”.
“A classificação agora formalizada, cuja candidatura já havia sido aprovada pelo Conselho Mundial de Geopark em setembro de 2019, constitui um marco histórico para o território da Serra da Estrela. Este é o reconhecimento internacional que esta Montanha tanto merecia e que coloca a Estrela num patamar de relevância global”, sublinha.
Segundo o responsável, “mais do que os 124 locais de interesse geológico inventariado e aprovados pela UNESCO, esta é uma classificação que distingue a identidade, a unicidade e o caráter único deste território, fomentando uma verdadeira estratégia de desenvolvimento, assente nos valores geológicos, geomorfológicos e paisagísticos desta que é a montanha mais elevada de Portugal Continental”.
“Mas este é também o reconhecimento de um trabalho que tem sido desenvolvido nas áreas da ciência, da educação, da geoconservação, do turismo, da sustentabilidade e da comunicação, em prol do território e das suas comunidades, afirmando a Estrela com um espaço de sustentabilidade e de resiliência. Esta classificação vem, por isso, dar maior valor acrescentado a todo este trabalho e uma enorme responsabilidade para todos”, refere.
A oficialização do Geopark constitui também “uma das maiores estratégias deste século para a Serra da Estrela e para os mais de 150 mil habitantes” do território.
“Nos próximos quatro anos muito há para fazer, no reforço do conhecimento científico, na promoção da educação, na valorização turística, na geoconservação e na sua sustentabilidade e na forma como este território passa a ser comunicado e se posiciona no plano nacional e internacional”, sublinha.
Emanuel de Castro refere, ainda, que, a partir de hoje, municípios, instituições de ensino, centros de investigação, empresas e cidadãos “têm uma ferramenta de desenvolvimento e de reforço do seu sentido de pertença”.