Serra do Açor reflorestada com 1,1 milhão de árvores até final de 2024
O projeto Floresta da Serra do Açor no município de Arganil, distrito de Coimbra, iniciado em 2020, deverá atingir até ao final do ano 1,1 milhão de árvores plantadas, anunciou aquela autarquia.
Até ao momento, foram plantadas 800 mil árvores, maioritariamente autóctones e com grande resistência ao fogo, no final deste ano essa quantidade aumentará para 1,1 milhão e até ao final de 2025 terão sido plantadas 1 milhão e 800 mil árvores, em aproximadamente 1.500 hectares.
“É um projeto completamente diferente do que conheço em Portugal, sendo diferenciador porque introduz espécies resistentes aos incêndios e com capacidade de autorregeneração”, salientou à agência Lusa o presidente da Câmara Luís Paulo Costa.
O projeto vai permitir revitalizar uma área de 2.500 hectares (25 km2), constituída sobretudo por terrenos baldios percorridos pelo grande e devastador incêndio de 2017 e por fogos florestais anteriores.
Cerca de 85% dos terrenos intervencionados serão de povoamento misto, com a convivência no terreno de pinheiro-bravo com espécies autóctones, como o carvalho negral, o castanheiro ou o sobreiro, numa fase inicial, preparando a sua conversão em povoamentos puros das espécies folhosas.
Os remanescentes 15% de povoamentos puros serão de castanheiro, medronheiro, carvalho-negral, carvalho-alvarinho, pseudotsuga e bétula.
Os cerca de 1.000 hectares restantes destinam-se a faixas de gestão de combustível para proteção de infraestruturas e apoio ao combate a incêndios, estradas e galerias ripícolas.
A reflorestação em curso implica também a manutenção dos povoamentos instalados e de regeneração natural ao longo das próximas décadas, até 2060, conforme previsto no Plano de Gestão Florestal da Floresta da Serra do Açor.
“Este contínuo e cuidado acompanhamento vai garantir, através de uma gestão adaptativa às condições, que os povoamentos terão as intervenções necessárias à reposição do equilíbrio de que necessitam para o seu desenvolvimento, através do controlo da vegetação espontânea, desbastes, retanchas (substituição das plantas secas no primeiro ano)”, frisou Luís Paulo Costa.
Para o presidente da Câmara de Arganil, este é o projeto “mais bonito que está a acontecer no país, que vai trazer vida à floresta, colocar espécies autóctones onde estavam antigamente e contribuir para o sequestro de grandes quantidades de carbono”, baseado num “modelo inovador” de gestão florestal adaptado àquele território.
O projeto Floresta da Serra do Açor, financiado em cinco milhões de euros pelo grupo Jerónimo Martins, envolve as Assembleias de Compartes do concelho, proprietários de terrenos baldios, o município de Arganil e a Escola Superior Agrária de Coimbra.