Slow Science, o movimento que quer dar mais tempo aos cientistas para conduzirem as suas pesquisas



Está a crescer na Alemanha um novo movimento que pretende abrandar o ritmo… desta vez dos cientistas. É isso mesmo, o Slow Science foi criado para dar mais tempo aos cientistas para desenvolverem as suas pesquisas.

A ideia foi concebida por uma equipa de reputados cientistas alemães: “Somos cientistas. Não escrevemos em blogs. Não andamos no Twitter. Demoramos o nosso tempo”, explica o manifesto do movimento, que pode ser consultado aqui.

De acordo com estes cientistas, aderir ao movimento significa não se render à produção desenfreada de artigos em revista especializadas e a outras necessidades que têm uma grande importância, hoje, na área da investigação, pesquisa e conhecimento.

“Somos uma guerrilha de neurocientistas que luta para que o modelo mediático de produção científica seja revisto”, explicou à Folha de São Paulo o neurocientista Jonas Obleser, do Instituto Max Plank e um dos criadores do Slow Science.

Segundo o Slow Science, quem publica em revista científicas muito lidas e mencionadas por outros cientistas consegue, hoje, ter mais recursos para as suas investigações, por isso o sistema está todo feito para que estes artigos sejam publicados o mais rapidamente possível. “A ciência lenta sempre existiu ao longo dos séculos. Agora, precisa de protecção”, avisa o Slow Science.

Segundo Obleser, o número de cientistas que aderiram ao movimento está a crescer, sobretudo na América Latina. Até porque não é necessária uma filiação. Basta imprimir o manifesto e colar na porta do respectivo departamento. Não é a solução mais ecológica, convenhamos, mas também não há por aí tantos cientistas, pelo que, certamente, não será gasta assim tanto papel.

O Slow Science faz parte do Slow Food, um movimento que defende uma alimentação mais lenta e saudável, tanto na preparação como consumo dos alimentos.





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