SMAS de Sintra realizam ação de fiscalização na área dos resíduos em Queluz e Belas
A deposição ilegal de resíduos junto aos contentores, um flagelo que ocorre um pouco por todo o concelho e constitui um problema à escala nacional, “continua a ser uma das preocupações dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra)”. Em colaboração com as juntas e uniões de freguesia, “tem sido melhorada a eficiência do sistema de recolha de resíduos, em particular ao nível dos volumosos, os chamados ‘monos’, mas também dos ‘verdes’ e dos resíduos de construção e demolição”, sublinha a entidade em comunicado.
Segundo a mesma fonte, num concelho com uma área geográfica de 320 km2, os SMAS de Sintra “têm procurado, ainda, reforçar a fiscalização no sentido de garantir o cumprimento do Regulamento Municipal de Recolha e Transporte de Resíduos”. Em 2022, foram levantados 227 autos de contraordenação, o que se traduziu em cerca de 70 mil euros de coimas.
Os SMAS de Sintra relembram que a deposição ilegal de resíduos, assim como o acondicionamento incorreto, constituem contraordenação punível com coima de 250 a 1500 euros, no caso de pessoas singulares, e de 1250 a 22000 euros, para pessoas coletivas.
“Público continua a assistir a uma multiplicidade de situações de descarte de resíduos”
“Apesar do aumento das ações de fiscalização, a que se juntam inúmeras iniciativas de sensibilização, o espaço público continua a assistir a uma multiplicidade de situações de descarte de resíduos, numa demonstração de falta de civismo por parte de muitos cidadãos”, alertam.
Os SMAS de Sintra revelam que promoveram, recentemente, uma ação de fiscalização no território da União das Freguesias de Queluz e Belas, tendo deparado com um cenário “desolador” em diversos locais. Para além dos operacionais da área da fiscalização, a iniciativa contou com a presença do diretor delegado dos SMAS de Sintra, Carlos Vieira, da presidente da Junta de Freguesia, Paula Alves, e do vogal com o pelouro da Higiene Urbana, Daniel Canário.
A primeira paragem ocorreu no Pego Longo, na Avenida da Igreja, onde se amontoavam resíduos de construção e demolição. Apesar da proximidade da escola básica local, “são constantes as deposições ilegais e os moradores locais denunciam que, na maior parte dos casos, as descargas são efetuadas por ‘gente de fora do bairro'”. Também um amontoado de cartão, mesmo junto a contentorização de recolha seletiva, “proporcionava um retrato pouco agradável”, lamentam em comunicado.
E acrescentam: “concretizada a limpeza do local, com recurso a funcionários da União das Freguesias e uma das duas viaturas de recolha de “monos”, a comitiva segue para o Bairro João da Nora, onde se acumula o que resta de dois frigoríficos e de mais alguns móveis. No extremo da freguesia, na Tala, uma zona recôndita, na Rua da Boavista, esconde mais um aglomerado de uma vasta panóplia de resíduos, onde nem faltam dois pneus”.
A mesma fonte refere que “estes verdadeiros atentados ambientais são exclusivos de zonas mais periféricas”. No centro de Queluz, nas ruas 31 de janeiro e Padre Inácio Antunes, explica, “foram abandonados mais resíduos volumosos, depositados em plena via pública, sem a preocupação de, atempadamente, ser solicitada a sua recolha de forma gratuita”.
Para a realização desta ação de fiscalização, a escolha de Queluz e Belas “não foi inocente”. Nos primeiros cinco meses de 2023, esta União das Freguesias recolheu qualquer coisa como 400 toneladas de resíduos, “assumindo, reconheça-se, a liderança de um ‘ranking’ “pouco agradável entre os órgãos autárquicos mais próximos da população sintrense”. Mas, também, “atesta o empenho do seu executivo e dos serviços em contribuir para um concelho mais limpo”.
Até ao final de maio, o concelho de Sintra já entregou um total de 3.900 toneladas de “monos” na Tratolixo, empresa intermunicipal que reúne Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra, o que significa um aumento de 25% em 2023 quando comparado com o período homólogo de 2022. “Um indicador que exige uma reflexão de todos, entidades autárquicas e munícipes, sobre a necessidade de reduzir a produção de resíduos e, acima de tudo, evitar a proliferação dos mesmos no espaço público, um espaço que pertence a todos”, concluem.