Taxa de reciclagem aumenta 3,4% nos Açores em 2022
O Governo dos Açores revelou que a taxa de reciclagem na região aumentou 3,4% em 2022, durante a discussão do novo Plano de Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA 20+), que foi aprovado na Assembleia Regional.
“Os dados provisórios do sistema regional de informação sobre resíduos referentes a 2022, que a breve trecho iremos apresentar publicamente, indicam um novo crescimento da reciclagem de 3,4% em relação a 2021, bem como um aumento de 4,2% na retoma de embalagens e uma redução 1,8% na taxa de deposição em aterro”, revelou o secretário do Ambiente e Alterações Climáticas do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
Alonso Miguel falava no plenário da Assembleia Legislativa, que está a decorrer na Horta, a propósito do novo Plano de Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA 20+), que foi aprovado com os votos a favor de PS, PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL e deputado independente, tendo tido os votos contra de BE e PAN.
Em julho de 2022 foi anunciado que os Açores aumentaram a taxa de reciclagem de resíduos urbanos em 3,5% em 2021, atingindo 32,3%.
O secretário regional realçou que o PEPGRA 20+ considerou as particularidades do arquipélago e incluiu 95 medidas para “prevenir produção de resíduos” e promover uma “gestão integrada” e “eficiente na utilização de recursos”.
No debate, o deputado do BE, António Lima, criticou o facto de o plano prever um aumento da produção de resíduos devido ao crescimento do turismo e voltou a condenar a instalação de uma incineradora em São Miguel.
O monárquico Gustavo Alves defendeu o diploma, considerando os Açores um “bom exemplo na Europa”, levando o deputado do PAN, Pedro Neves, a alertar que o plano “não cumpre com os três R’s”, referindo-se à redução, reutilização e reciclagem.
A socialista Joana Pombo Tavares avisou que o PEPGRA 20+ “falha num ponto essencial” relativamente à “caracterização das infraestruturas de gestão de resíduos” e que as “medidas não são acompanhadas por investimento concreto”.
O parlamentar do PSD Marco Costa defendeu que o novo plano tem em conta a “dispersão geográfica, a logística de transportes e a discrepância entre ilhas”, enquanto Pedro Pinto, do CDS-PP, vincou que a “produção de resíduos depende de cada um” dos cidadãos.
O liberal Nuno Barata também apelou ao “empenho de todos os cidadãos” para melhorar os indicadores da gestão de resíduos dos Açores e o deputado do Chega José Pacheco defendeu que é “preciso combater a preguiça” e fazer um “trabalho de sensibilização” junto das crianças.
O independente Carlos Furtado (ex-Chega) considerou um “péssimo exemplo” cerca de 70% dos resíduos de São Miguel serem eliminados em aterro, evocando dados de 2020.
Em 25 de janeiro de 2022, o secretário do Ambiente já tinha revelado que o novo PEPGRA 20+ pretende atingir uma taxa de reciclagem de 55% em 2025, acompanhando os valores definidos pela União Europeia (UE).
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (ex-Chega).