Térmita ataca em força nos Açores



Inicialmente confundida com outras espécies, a térmita da madeira seca tem feito uma progressão silenciosa no arquipélago dos Açores. A praga tem minado habitações e o património arquitectónico das ilhas a tal ponto que a universidade local já está a monitorizar o fenómeno.

São minúsculas, mas podem fazer estragos avultados. As térmitas da madeira seca (cryptotermes brevis) estão em progressão acelerada no arquipélago açoriano e embora ainda não se conheçam em toda a extensão os danos que provocaram nos imóveis que fazem parte do seu património histórico, a praga já foi reconhecida como grave.

Uma equipa da Universidade dos Açores encontra-se a monitorizar intensivamente a progressão do insecto, que começou por ser confundido pelas populações com o caruncho e a formiga de asa, espécies que não representam idêntico grau de ameaça. Em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, cidades em que grande parte do património arquitectónico é classificado, esta invasão está a causar forte apreensão por parte das autoridades competentes.

Esta formiga, de quatro a seis milímetros de comprimento, escava galerias na madeira. Muito difícil de ver, é através dos excrementes que se consegue detectá-la. Constitui-se em colónias que ao fim de quatro a cinco anos atingem a fase alada, abandonando a colónia e criando outras. “Temos vindo a estudar a disseminação da térmita no arquipélago, mas é um trabalho hercúleo”, explica o estudante de doutoramento Orlando Guerreiro.

Neste momento, apenas três ilhas estão livres desta praga – Flores, Graciosa e Corvo. Difíceis de eliminar através de químicos, estes insectos são combatidos mais eficazmente através do controlo biológico. Aves, aranhas e sobretudo morcegos são os seus predadores e os que conseguem mais facilmente ajudar a controlar a sua população.

Foto: Samuel Batista / Creative Commons





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