Transportadoras aéreas chinesas recusam-se a pagar nova taxa sobre o carbono
Como já se previa, as transportadoras aéreas chinesas recusaram-se a pagar qualquer taxa sobre as emissões de carbono no espaço aéreo da União Europeia, anunciou o organismo chinês que regula estas empresas.
Segundo o ETS (Emissions Trading Scheme), lançado em 2005 e um dos principais pilares do combate da União Europeia às alterações climáticas, a indústria da aviação deveria começar a pagar esta taxa a partir de 1 de Janeiro.
“A China não vai cooperar com a União Europeia na ETS, por isso as transportadoras aéreas chinesas não vão impor sobrecargas financeiras aos seus clientes, por causa da taxa sobre as emissões de carbono”, explicou o secretário-geral adjunto da CATA (China Air Transport Association).
A CATA representa quatro grandes transportadoras: Air China, China Southern Airlines, China Eastern Airlines e Hainan Airlines.
Segundo o Guardian, a União Europeia vai multar, em €100 (R$ 241), cada tonelada de dióxido de carbono emitida por uma transportadora que não pague esta taxa. Caso a situação persista, as companhias aéreas podem ser banidas do espaço aéreo europeu.
Ainda de acordo com a CATA, é provável que a associação recorra aos tribunais para revogar esta taxa, seguindo o exemplo norte-americano (que perdeu o processo).
Esta medida deverá custar ao sector, até 2020, cerca de €18,2 mil milhões (R$ 43,8 mil milhões). Só em 2012, as companhias aéreas chinesas poderão pagar €95 milhões (R$ 230 milhões). E o triplo em 2020. A União Europeia estima também que, caso estas empresas queiram transpor estes custos para os seus passageiros, as taxas irão custar entre €2 (R$ 4,8) e €12 (R$ 28,9) por cliente.