Tratamento das águas residuais permite remover o vírus da Covid-19



O projeto de investigação SARS Control, iniciado em dezembro de 2020, permitiu descobrir que o tratamento das águas residuais em ETAR é eficiente na remoção da carga do vírus responsável pela COVID-19, o SARS-CoV-2.

Ao longo de oito meses, a investigação decorreu em sete ETAR de grande dimensão localizadas em diferentes zonas do país, que representam mais de 20% da população portuguesa – Lisboa, Vila Nova de Gaia, Algarve, Setúbal, Leiria e Guimarães. Monitorizaram-se regularmente as águas residuais e a caracterização do perfil comportamental do vírus no afluente bruto, bem como ao longo das etapas de tratamento de cada uma das ETAR, resultando em cerca de 1.500 amostras analisadas.

“Verificou-se que as ETAR são eficientes na remoção da carga viral, especialmente na fase líquida (água), destacando-se a etapa de tratamento primário, seguida do tratamento biológico. Comprovou-se também que tratamentos subsequentes ao tratamento secundário podem aumentar a eficiência de remoção da carga viral”, explicam em comunicado, acrescentando que “Estes resultados vêm reforçar a utilidade da epidemiologia baseada em águas residuais como ferramenta de monitorização complementar da evolução da pandemia, confirmando resultados de estudos anteriores, nomeadamente do projeto COVIDETECT, relativo à criação de um sistema de alerta precoce da circulação do vírus SARS-CoV-2 na comunidade através da análise das águas residuais”.

O SARS Control foi desenvolvido por um consórcio composto pelo Grupo Águas de Portugal, a Universidade de Lisboa e a Universidade do Minho, e teve o apoio financeiro do FEDER através do programa Compete 2020.

Os principais resultados do projeto serão apresentados amanhã, dia 31 de março, numa sessão dirigida às entidades gestoras de sistemas de saneamento.





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