Três colheres de água é quanto basta para adoecer no Rio de Janeiro
Os Jogos Olímpicos estão aí. Amanhã ao final da noite é a cerimónia de abertura com festa garantida, mas pelo Rio de Janeiro há vários motivos de preocupação. Um dos assuntos que deu que falar nos últimos dias foi a água da cidade e a evidente poluição que esta apresenta.
Nos últimos dezasseis meses, a agência de notícias Associated Press fez rigoroso trabalho de investigação à qualidade, ou falta dela, da água da “cidade maravilhosa”. O resultado desta pesquisa jornalística foi agora conhecido e é assustador: com níveis impressionantes de vírus e bactérias, três colheres de chá seriam mais que suficientes para uma ida ao hospital mais próximo.
Mas não é apenas a água que está completamente contaminada. Também a areia das conhecidas praias de Copacabana e Ipanema são pontos críticos de vírus e bactérias, principalmente para bebés e crianças pequenas.
Longe da imagem paradisíaca que conhecemos pelas novelas brasileiras, a realidade do Rio de Janeiro é bem diferente. Dados tornados públicos no final do ano passado, revelavam uma cidade com níveis de poluição na água 1,7 milhões de vezes superior ao considerado aceitável na Europa e nos Estados Unidos.
O problema, dizem os especialistas, está na falta de uma rede de esgotos construída em condições. Aliás, a grande maioria dos resíduos chega aos rios e praias sem passar por uma única central de tratamento de resíduos urbanos.
A reportagem da Associated Press, com testemunhos e imagens do local, pode ser vista aqui.
Foto: Lucas JLD /Creative Commons