UE pode substituir combustíveis fósseis sem recurso a biocombustíveis de primeira geração



A UE poderá substituir os combustíveis fósseis, gasolina e gasóleo, no sector dos transportes por energias renováveis, sem recorrer a biocombustíveis prejudiciais ao ambiente, nomeadamente os de produção agrícola – ou de primeira geração. As organizações não-governamentais europeias apelam já para que a UE se coloque no caminho de uma política mais verde.

A conclusão é de um estudo divulgado em Bruxelas que recomenda uma mudança urgente da política europeia no sector dos transportes, dando prioridade à eficiência energética e às tecnologias limpas.

A solução passa pelo uso de veículos eléctricos e de biocombustíveis, designados de segunda geração, com menores impactos sociais e ambientais.

Em 2009, a UE definiu uma política sobre os biocombustíveis que estabelece uma meta de incorporação de 10% de energias renováveis no sector dos transportes até 2020 e que obriga a que os fornecedores de combustíveis reduzam as emissões de gases com efeito de estufa desses produtos em 6% também até 2020.

Os estados membros pretendem atingir estes objectivos através de biocombustíveis produzidos a partir de culturas agrícolas, ignorando os seus impactos. As consequências deste tipo de produção de biocombustíveis incluem as alterações de uso do solo, associadas à deslocalização da produção de alimentos para novas terras agrícolas e florestais, e as emissões de carbono resultantes da conversão de culturas ou desflorestação.

O estudo vem mostrar como é possível aos estados membros alterarem os seus planos, cumprindo à mesma as suas obrigações. As organizações não-governamentais europeias apelam já à reflexão acerca das soluções propostas pelo trabalho de investigação.

Recorde-se que a Universidade do Algarve (UAlg) está a desenvolver uma tecnologia de fermentação para produzir bioetanol de segunda geração, biocombustível aditivado à gasolina, a partir de polpa de alfarroba.

Segundo a coordenadora do projecto Alfaetílico, Emília Costa, a polpa de alfarroba é uma excelente matéria-prima para a produção de bioetanol, (normalmente designado de álcool etílico), já que existe em Portugal, é barata, muito rica em açúcares e extraída com poucos gastos de energia.





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