UE vota amanhã adiamento em dois anos da transição para a tecnologia LED



Em 2009, a União Europeia (UE) decidiu eliminar todas as lâmpadas não direccionais de classe C ou inferior em Setembro de 2016, incluindo muitas das lâmpadas de halogéneo. A decisão, que tinha o acordo da indústria, permitirá poupar €6,6 mil milhões em dois anos em poupanças energéticas.

No entanto, a indústria voltou recentemente atrás e afirma agora que as lâmpadas LED e fluorescentes compactas não estarão preparadas para substituir as lâmpadas que sairão do mercado. Assim, e com base em dados de mercado de 2013, a UE propôs um adiamento deste medida por dois anos – a proposta será votada amanhã.

Segundo a ONGA (organização não-governamental de ambiente) portuguesa Quercus, oito países apoiaram este adiamento em 2014, entre os quais Portugal. Os restantes sete são a Alemanha, Áustria, Eslováquia, França, Itália, Polónia e República Checa. Outros três – Bélgica, Dinamarca e Suécia – publicaram, já este ano, um estudo onde é demonstrado que a tecnologia LED de grande qualidade evoluiu muito mais rapidamente do que o esperado e já está preparada para substituir as lâmpadas de halogéneo. Por exemplo, hoje são vendidas lâmpadas LED a um preço que, no estudo da Comissão, só seria expectável alcançar em 2025.

“A Europa consome cerca 340 TWh em iluminação por ano, cerca de sete vezes o consumo total de electricidade de Portugal. Um atraso de dois anos desta medida poderia eliminar poupanças energéticas de 33 TWh em 10 anos, pois os consumidores continuariam a comprar lâmpadas ineficientes”, explica a Quercus em comunicado.

“Este adiamento implica um desperdício de €6,6 mil milhões a nível europeu e €136,9 milhões em Portugal, em despesa com energia eléctrica destinada a iluminação pouco eficiente”, continua a ONGA.

A adopção de iluminação LED nas cidades e infra-estruturas tornou-se prática comum, já que estas lâmpadas, vencedoras do prémio Nobel, duram mais de 15 anos e permitem poupanças consideráveis em energia eléctrica e dinheiro.

Os resultados não oficiais da votação serão conhecidos às 16h de amanhã. O Parlamento Europeu pode ainda opor-se a este resultado, embora tal raramente aconteça.





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