Universidade marroquina vai consumir urina reciclada e transformada em água potável
Uma parceria entre a Universidade de Kenitra, em Marrocos, a UNESCO e a Agência Espacial Europeia (ESA) está a implementar uma tecnologia que recicla urina e águas residuais em água potável, estando já disponível para 1.200 estudantes universitários.
A tecnologia, vista com bastante polémica, foi desenvolvida pela ESA e recorre ainda a energia solar e eólica, responsáveis pelo controlo do processo de limpeza da água em circuito fechado. “As membranas orgânicas e cerâmicas têm furos de apenas um décimo de milésimo de um milímetro de diâmetro, sendo 700 vezes mais finos que um fio de cabelo humano”, explica o Phys.org.
O sistema foi desenvolvido para ser utilizado no espaço, uma vez que os astronautas não podem ser sobrecarregados com excesso de resíduos. Assim, a ESA desenvolveu uma técnicas para estes reciclarem a própria urina,. A agência está ainda a trabalhar em algumas melhorias, para combinar outros elementos – bactérias, algas, filtros e alta tecnologia – com as águas residuais, fornecendo oxigénio, água e alimentos.
Uma solução para o futuro?
Segundo o Green Prophet, as águas subterrâneas de Sidi Taïbi, uma pequena cidade a cerca de meia hora de carro de Rabat, tornaram-se contaminadas ao longo dos anos, particularmente com nitratos e fertilizantes, que tornam a água imprópria para consumo humano. Daí que esta solução tenham sido pensada – e depois operacionalizada – para resolver alguns destes problemas.
Esta inovação torna-se especialmente bem-vinda porque, em alguns países do Norte de África e Médio Oriente, a reciclagem de águas residuais não é vista com bons olhos, devido a questões religiosas. Daí que este projecto assuma uma ainda maior importância.
Até agora, esta tecnologia não foi usada por mais de 16 pessoas, uma vez que um sistema idêntico foi colocado na Concordia Research Base, na Antárctida, em 2005. Ainda assim, o sistema não tem tido problemas e quase não precisou de manutenção.
Mas o caso marroquino é todo um novo desafio para a ESA, uma vez que os destinatários são 1.200 estudantes.