Vai de férias com o seu animal de estimação? Veterinário explica os cuidados a ter
Os animais são considerados por muitos como verdadeiros membros da família. Como tal, mesmo durante as férias, os seus tutores escolhem levá-los consigo.
Contudo, e como tem sido bastante visível nas últimas semanas, o calor pode ser bastante intenso, com os termómetros em algumas regiões do país a chegarem aos 40 graus Celsius, ou até mais. Por isso, se levar o seu animal de companhia de férias consigo, há cuidados fundamentais que deve ter “para que tudo corra bem”.
Tiago Magalhães, médico veterinário da ZU, explica, em comunicado, o que é preciso saber e fazer “para que as férias com os patudos, desde o momento de viagem, passando pelos dias de temperaturas mais quentes – que são cada vez mais devido às alterações climáticas – até às idas à praia e sem esquecer os cuidados a ter nos hotéis ‘pet friendly’, sejam um sucesso não só ao nível da diversão, mas, e sobretudo, no que diz respeito à segurança, à saúde e ao bem-estar de todos”.
Durante as viagens:
- Atenção aos enjoos: seja de carro, avião, comboio, autocarro, ou similares, há animais que têm enjoos, vómitos e ficam muito agitados, podendo chegar mesmo a magoar-se nas transportadoras. Para que nada disso aconteça, fale com o seu veterinário. Há medicamentos para o enjoo bem como sprays que, quando colocados dentro das transportadoras, servem para acalmar o patudo.
- Transportadora adequada: é importante escolher bem a transportadora de modo a garantir que o animal tem o espaço que necessita para se mexer e deitar com algum conforto.
Quando os dias estiverem quentes, ou mesmo abrasadores, há duas formas de manter os animais com as temperaturas controladas.
- Tosquia: válida para algumas raças, como os caniches e os yorkshires. Contudo, Tiago Magalhães avisa que “há raças que não podem, de todo, ser tosquiadas, como os huskys e os pastores alemães, já que a sua pelagem dupla, que os mantém quentes no inverno, funciona também como o seu próprio ‘ar condicionado’ de verão”. Nesses casos, o melhor será, diz o veterinário, contactar o seu veterinário e a equipa de grooming sobre se é adequado, ou não, fazer tosquia ao seu companheiro animal.
- Arrefecimento artificial: há tapetes e brinquedos que se colocam previamente no congelador e que, quando o animal se deita e/ou brinca com eles, acaba por ir arrefecendo a sua temperatura corporal.
Na praia:
- Deve levar sempre o animal com coleira ou peitoral e trela.
- Deve recolher sempre todo o seu lixo e dejetos.
- Deve andar sempre acompanhado do documento de identificação do animal de estimação.
- Recorde-se de que não é permitido o passeio na praia a animais que se encontrem doentes, com o cio, grávidas ou a amamentar com as suas ninhadas.
- No caso de cães de raça potencialmente perigosa, é obrigatório o uso de açaime bem como uma trela curta de até um metro de comprimento.
Se planeia ficar alojado num hotel ‘pet-friendly’:
- Marque com tempo: deve confirmar a sua reserva junto do hotel e garantir que o local aceita mesmo animais de companhia e com que requisitos. “Muitos deles exigem que o animal não seja considerado de raça perigosa, que tenha a sua vacinação e desparasitação em dia, que seja bem-comportado e se encontre limpo”, afirma Tiago Magalhães. Para que cumpra todas estas regras, pode precisar de algum tempo para garantir uma visita ao seu médico veterinário e até mesmo a um serviço de grooming.
- Leve consigo: a cama do seu animal de companhia, caso esteja habituado e para que possa dormir confortável, e a sua alimentação.
- Peça um quarto no rés-do-chão, para assegurar que não tem que se deslocar muito dentro do hotel e que consegue um acesso à rua o mais rápido possível.
- Promova o exercício do seu animal, para que chegue ao hotel o mais cansado possível e não tenha comportamentos desadequados. Garanta longos passeios para que possa fazer todas as necessidades nos sítios corretos.
- Deixe o quarto e todos os restantes espaços limpos: quanto melhor a experiência para todos, menos restrições serão impostas e mais sítios irão abrir as suas portas aos animais que nos acompanham.
Tiago Magalhães salienta ainda que “é essencial que organize o seu roteiro com base em localidades que tenham uma vasta lista de restaurantes e cafés onde possa gozar de boas refeições na companhia de toda a sua família, sem exceções”.
Se não puder levar o seu animal consigo, o veterinário diz que “não há necessidade para stress”. Isto, porque “cada vez mais há sítios com instalações
fantásticas e que conseguem proporcionar ao seu animal umas férias também merecidas, desde hotéis com instalações confortáveis, seguras e inclusivamente com acesso a piscina e campo para correrem, onde seguramente serão muito bem tratados”.