Vice-presidente Executivo da APIP: “O problema não é o plástico – é o resíduo e a sua gestão ineficiente”
A APIP – Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos integra a comitiva oficial portuguesa na COP30, que decorre até 21 de novembro em Belém do Pará, Brasil. No dia 14, a associação marcará presença no painel “Decarbonizing Industry – The Plastics Commitment”, onde irá apresentar as iniciativas nacionais para descarbonização e economia circular no setor dos plásticos.
Em entrevista à Green Savers, Pedro Paes do Amaral, Vice-presidente Executivo da APIP, sublinha que “a indústria portuguesa dos plásticos não é parte do problema, mas uma parte essencial da solução, quando apoiada por políticas baseadas na ciência, pela inovação tecnológica e por uma colaboração genuína entre todos os elos da cadeia de valor”. A participação na COP30 permitirá mostrar projetos concretos, como o Roteiro para a Descarbonização da Indústria dos Plásticos e a Agenda Mobilizadora Sustainable Plastics, além de fortalecer parcerias internacionais e reforçar a reputação do setor como exemplo de sustentabilidade responsável.
Entre os exemplos destacados pelo responsável estão soluções inovadoras como embalagens mais leves e reutilizáveis, tecnologias avançadas de reciclagem e a incorporação crescente de matérias-primas recicladas ou de origem renovável. Segundo Pedro Paes do Amaral, “a COP30 será o espaço ideal para demonstrar que, através da colaboração e de uma visão global partilhada, é possível construir soluções equilibradas, duradouras e sustentáveis para o planeta”.
A APIP integra este ano a comitiva oficial portuguesa à COP30, no Brasil. Que significado tem esta presença para a indústria nacional dos plásticos e que objetivos levam a Belém do Pará?
A presença da APIP na comitiva oficial portuguesa à COP30 tem um significado claro: mostrar que a indústria portuguesa dos plásticos está empenhada e proativa na transição climática. Representa também a oportunidade, tal como a APIP tem procurado fazer através do Plastics Summit – Global Event, de participar num fórum que não seja apenas virado para a sustentabilidade dos plásticos entre os seus stakeholders diretos, mas que envolva igualmente todos os atores a jusante – desde ONG, policy makers, sociedade civil e comunicação social — promovendo um verdadeiro diálogo multilateral.
A participação na COP30 permitirá à indústria portuguesa dos plásticos integrar uma iniciativa internacional estando “do outro lado”, ou seja, como parte ativa na construção de soluções globais e na implementação de uma verdadeira sustentabilidade. Porque o problema não é o plástico em si, mas sim o resíduo e a sua má gestão. Por isso, a APIP defenderá a necessidade de uma legislação baseada na ciência, e não em emoções, acompanhada de maior eficiência na gestão de resíduos e de uma profunda mudança comportamental.
O problema não é o plástico em si, mas sim o resíduo e a sua má gestão. Por isso, a APIP defenderá a necessidade de uma legislação baseada na ciência, e não em emoções, acompanhada de maior eficiência na gestão de resíduos e de uma profunda mudança comportamental.
A presença na COP30 é, assim, uma oportunidade para a APIP demonstrar, em primeira mão, os compromissos concretos já assumidos – desde roadmaps setoriais até projetos de inovação e circularidade – e para continuar a criar pontes com stakeholders internacionais, investidores e decisores políticos.
A sessão “Decarbonizing Industry – The Plastics Commitment” é um dos momentos em que Portugal marcará presença na conferência. O que pretende a APIP transmitir com este painel e qual é a principal mensagem que querem deixar à comunidade internacional?
Com esta sessão, pretendemos dar visibilidade às iniciativas da indústria nacional dos plásticos em matéria de descarbonização e circularidade, mostrando o trabalho que está a ser feito no sentido de uma maior eficiência na gestão dos recursos e de uma transição justa e tecnicamente sólida.
Procurámos desenvolver um roteiro diferenciador, que seja, de facto, uma referência não só a nível nacional, mas também internacional, e que possa servir de exemplo para outros setores industriais. Para apoiar a equipa técnica, criámos um Advisory Board com dois comités – um estratégico e outro científico – composto por cerca de 30 personalidades com reconhecida experiência e capacidade técnica, que desafiaram os resultados intermédios que fomos construindo de dentro para fora, mas que queríamos que fossem robustos quando vistos de fora para dentro.
A principal mensagem que queremos deixar à comunidade internacional é clara: a indústria dos plásticos não é parte do problema, mas uma parte essencial da solução, quando apoiada por políticas baseadas na ciência, pela inovação tecnológica e por uma colaboração genuína entre todos os elos da cadeia de valor.
O setor dos plásticos enfrenta há vários anos um grande desafio reputacional ligado às questões ambientais. De que forma o compromisso com a descarbonização pode ajudar a transformar essa perceção?
Tal como a própria pergunta refere, a palavra “perceção” é muitas vezes distorcida e assente numa realidade inexistente. É fundamental clarificar que o desafio não está no material em si, mas na forma como os recursos são geridos ao longo do seu ciclo de vida. O problema não é o plástico – é o resíduo e a sua gestão ineficiente.
Desta forma, entendemos que não é apenas a indústria dos plásticos que deve descarbonizar, mas todas as indústrias, todos os setores. Não devemos olhar apenas para o plástico, mas para todos os materiais. Temos de olhar para o todo e não para o particular, adotando uma visão responsável, holística e sistémica. Na verdade, os resíduos de uns podem e devem ser as matérias-primas de outros – é o princípio das simbioses industriais.
Não é apenas a indústria dos plásticos que deve descarbonizar, mas todas as indústrias, todos os setores. Não devemos olhar apenas para o plástico, mas para todos os materiais. Temos de olhar para o todo e não para o particular, adotando uma visão responsável, holística e sistémica. Na verdade, os resíduos de uns podem e devem ser as matérias-primas de outros – é o princípio das simbioses industriais.
O compromisso com a descarbonização é uma oportunidade para demonstrar isso mesmo: que a indústria está a agir com responsabilidade e com base científica, reduzindo emissões, aumentando a eficiência energética e promovendo a circularidade. Mas também que esta transformação só será efetiva se for acompanhada por uma mudança comportamental – individual e coletiva – em que cada um de nós se assume como agente de mudança.
Quando a sociedade perceber que os plásticos podem ser parte de soluções sustentáveis – desde que geridos corretamente – e que o setor está comprometido com a descarbonização e a circularidade, essa perceção deixará de ser negativa para se tornar numa visão informada e construtiva.
Um dos projetos em destaque é o Roteiro para a Descarbonização da Indústria dos Plásticos. Que medidas concretas propõe este documento e que impacto pode ter na competitividade e sustentabilidade do setor?
O Roteiro articula medidas operacionais e estratégicas, mas tem em consideração o princípio de neutralidade tecnológica já que, devido à diversidade do setor, mais do que prescrever medidas específicas, pretende dar opções e caminhos possíveis: melhoria da eficiência energética dos processos, eletrificação sempre que possível, transição para abastecimento de energia renovável, otimização de processos (menos material, mais performance), economia circular com o aumento da incorporação de matérias-primas secundárias e alternativas (reciclados e biobased quando tecnicamente adequados), e identificação de oportunidades de digitalização e captura de sinergias industriais. Estas medidas visam trajectórias custo-eficazes de redução de emissões, permitindo às empresas reduzir custos energéticos, cumprir requisitos regulatórios e ganhar vantagem competitiva por diferenciação sustentável. O Roteiro de descarbonização foi financiado pelo PRR e desenvolvido em parceria com a EY, e parte do pressuposto que as metas de redução de emissões do setor estão alinhadas com os objetivos nacionais.
O Roteiro articula medidas operacionais e estratégicas, mas tem em consideração o princípio de neutralidade tecnológica já que, devido à diversidade do setor, mais do que prescrever medidas específicas, pretende dar opções e caminhos possíveis
A Agenda Mobilizadora Sustainable Plastics, liderada pela Logoplaste Innovation Lab, define trajetórias de descarbonização e identifica soluções tecnológicas para o setor. Que resultados práticos já foram alcançados e que inovações destacaria?
A Agenda Mobilizadora Sustainable Plastics, iniciativa promovida pela APIP e liderada pela Logoplaste Innovation Lab, envolve um conjunto de 49 entidades – 39 empresas e 10 instituições do sistema científico e tecnológico – e tem permitido definir trajetórias concretas de descarbonização, promovendo novas soluções ao nível dos materiais, produtos e tecnologias de reciclagem. O aumento da reciclabilidade e a incorporação de matérias-primas recicladas em novos produtos são exemplos claros dos resultados já alcançados.
Um dos pilares da Agenda Sustainable Plastics está, em particular, a explorar novas fronteiras através da utilização de matérias-primas alternativas, substituindo progressivamente a dependência de recursos fósseis por uma aposta inteligente em fontes renováveis e resíduos agroindustriais. Falamos de fibras naturais, biofilmes inovadores e outras soluções capazes de transformar o que antes era desperdício em recursos valiosos, reduzindo a pegada ecológica, valorizando os recursos locais e impulsionando a inovação verde.
Além disso, a Agenda tem vindo a gerar projetos de I&D com impacto real, novas patentes, formação técnica especializada e parcerias estratégicas que reforçam a competitividade da indústria portuguesa dos plásticos. Está a criar, em suma, um ecossistema de inovação que alia ciência, tecnologia e sustentabilidade, colocando Portugal na vanguarda europeia da transição para materiais e processos de baixo carbono.
O Position Statement “Moving into a New Era of Responsible and Holistic Sustainability” apela à ação coletiva e à cooperação entre todos os elos da cadeia de valor. Como tem sido recebido este documento pelos diferentes agentes do setor?
O Position Statement “Moving into a New Era of Responsible and Holistic Sustainability”, resultado do Plastics Summit – Global Event 2025 (PSGE 2025), reúne um conjunto de recomendações assentes numa visão comum e numa ação coletiva entre todos os elos da cadeia de valor, incluindo indústria, decisores políticos, academia, centros de investigação e tecnológicos, ONG’s e sociedade civil. Produzido pelo expert committee do evento, composto por 116 membros – incluindo os speakers do PSGE 2025 –, tem sido muito bem recebido pelos stakeholders nacionais e internacionais, contando já com 69 subscrições.
O Position Statement reforça o papel do setor dos plásticos como agente ativo na transição para uma economia mais sustentável e inclusiva, servindo também de base para diálogos construtivos e iniciativas colaborativas entre todos os intervenientes da cadeia de valor
Observa-se um interesse crescente em alinhar práticas de produção, inovação e consumo responsável com os princípios da economia circular e da neutralidade carbónica que o documento promove.
O Position Statement reforça o papel do setor dos plásticos como agente ativo na transição para uma economia mais sustentável e inclusiva, servindo também de base para diálogos construtivos e iniciativas colaborativas entre todos os intervenientes da cadeia de valor.
A transição para uma indústria mais limpa e eficiente exige investimento, inovação e colaboração. Quais são, na sua perspetiva, os principais obstáculos à descarbonização do setor dos plásticos em Portugal?
A descarbonização é um processo complexo e exige estabilidade económica, políticas coerentes e um ecossistema favorável à inovação. No entanto, atualmente, enfrentamos vários obstáculos que dificultam o ritmo dessa transição.
Em primeiro lugar, vivemos um contexto de grande incerteza no contexto internacional, e que tem resultado na perda de competitividade da Europa face a outros grandes blocos globais. Esta situação, aliada à migração de técnicos qualificados para outros mercados, cria constrangimentos significativos nas empresas, que muitas vezes são obrigadas a priorizar outros tópicos mais prementes para a sua sobrevivência de curto prazo em detrimento de investimentos estruturais na descarbonização.
Vivemos um contexto de grande incerteza no contexto internacional, e que tem resultado na perda de competitividade da Europa face a outros grandes blocos globais. Esta situação, aliada à migração de técnicos qualificados para outros mercados, cria constrangimentos significativos nas empresas, que muitas vezes são obrigadas a priorizar outros tópicos mais prementes para a sua sobrevivência de curto prazo em detrimento de investimentos estruturais na descarbonização.
Outro obstáculo prende-se com a necessidade de financiamento adequado e de mecanismos de apoio que tornem os projetos de descarbonização economicamente viáveis, especialmente para as pequenas e médias empresas. A descarbonização exige inovação do processo industrial e, muitas vezes, também importantes inovações de produto e organizacionais com verdadeiros impactos transformacionais na empresa e cujos resultados financeiros são por vezes incertos. São, por isso, investimentos que só poderão ser realizados se apoiados por fundos públicos. A transição implica investimento em novas tecnologias, modernização de equipamentos e formação de recursos humanos – desafios que exigem políticas públicas consistentes e incentivos claros.
É igualmente importante que a legislação seja mais ágil e proporcional, com processos simplificados que evitem duplicações e custos administrativos desnecessários. A desburocratização é essencial para manter a competitividade e permitir que as empresas possam dedicar recursos à inovação e à eficiência, e não à gestão de complexidades regulamentares.
Por fim, há ainda desafios estruturais ligados à infraestrutura nacional de gestão e valorização de resíduos, à disponibilidade de energia renovável a custos competitivos e à criação de sinergias industriais que permitam partilhar recursos e reduzir emissões coletivamente.
Superar estes obstáculos requer uma abordagem sistémica — combinando políticas públicas eficazes, estabilidade regulatória, investimento privado e uma forte cooperação entre empresas, centros de investigação e administração pública.
A COP30 será um espaço de diálogo global sobre o futuro do planeta. Que contributo específico pode a indústria portuguesa dos plásticos dar para uma economia neutra em carbono e mais circular?
A COP30 é uma oportunidade para reforçar a importância de uma visão verdadeiramente holística. O planeta é um só, e só com um esforço comum entre todos os stakeholders – governos, empresas, academia, ONG e sociedade civil – conseguiremos alcançar uma economia neutra em carbono e mais circular. Temos vivido tempos de algum fundamentalismo e polarização, mas é fundamental entrarmos numa era de consensos, onde se privilegie o diálogo construtivo e o foco naquilo que nos une mais do que naquilo que nos separa. Apenas assim poderemos somar esforços e transformar intenções em resultados concretos.
A COP30 será o espaço ideal para demonstrar que, através da colaboração e de uma visão global partilhada, é possível construir soluções equilibradas, duradouras e sustentáveis para o planeta
A indústria portuguesa dos plásticos quer ser parte ativa dessa mudança, contribuindo com soluções tangíveis e escaláveis: produtos desenhados para a circularidade, embalagens mais leves e reutilizáveis, tecnologias avançadas de reciclagem e uma maior incorporação de matérias-primas recicladas e de origem renovável. O setor tem também capacidade de mobilizar consórcios público-privados e de criar simbioses industriais, transformando resíduos em novos recursos e reduzindo emissões ao longo de toda a cadeia de valor.
A COP30 será o espaço ideal para demonstrar que, através da colaboração e de uma visão global partilhada, é possível construir soluções equilibradas, duradouras e sustentáveis para o planeta.
O tema da neutralidade carbónica é cada vez mais central nas políticas europeias. Como é que a APIP está a apoiar as empresas portuguesas na adaptação às novas exigências regulamentares e aos objetivos de 2050?
A APIP tem mantido uma atuação consistente e estratégica na promoção da sustentabilidade, assumindo-a como uma prioridade de longo prazo. Desde logo, através da partilha de informação, da formação e capacitação das empresas, bem como com o desenvolvimento do Roteiro para a Descarbonização da Indústria dos Plásticos, um instrumento central do nosso compromisso com a transição climática.
O Roteiro foi concebido como um documento orientador para a indústria nacional dos plásticos, reconhecendo que cada empresa deve realizar uma reflexão individual sobre as iniciativas mais custo-eficazes, tendo em conta a sua estratégia de negócio, os produtos que fabrica, o contexto competitivo em que opera e o seu grau de maturidade no processo de descarbonização.
A APIP tem mantido uma atuação consistente e estratégica na promoção da sustentabilidade, assumindo-a como uma prioridade de longo prazo
Neste âmbito, foram realizadas dezenas de entrevistas, workshops de capacitação e sessões de discussão, envolvendo empresas de diferentes segmentos e dimensões. Estes momentos permitiram partilhar boas práticas, promover estratégias diferenciadas e, sobretudo, reforçar a urgência da ação climática.
Para tornar o Roteiro mais dinâmico e útil, foi também desenvolvida uma ferramenta de autodiagnóstico que permitirá às empresas avaliar o seu grau de maturidade em descarbonização e identificar oportunidades de melhoria, tornando o processo mais interativo e alinhado com as recomendações do próprio Roteiro.
Paralelamente, a APIP tem promovido iniciativas de mobilização global, como o Plastics Summit – Global Event (PSGE), realizado em Lisboa, que reuniu mais de 1.250 participantes e contou com um forte enfoque na sustentabilidade, circularidade e descarbonização. Este evento constitui uma plataforma internacional de diálogo para mobilizar todos os stakeholders rumo a uma nova era de sustentabilidade holística e responsável, reforçando o papel da indústria portuguesa dos plásticos como agente de mudança positiva.
Através destas iniciativas – o Roteiro, as ações de capacitação, o desenvolvimento de ferramentas digitais e o envolvimento de stakeholders à escala global, através do Plastics Summit – a APIP pretende mobilizar as empresas, fornecer instrumentos práticos e fortalecer a sua competitividade, preparando o setor para os desafios e oportunidades do caminho até à neutralidade carbónica em 2050.
Que resultados concretos esperam alcançar com a participação na COP30 — tanto em termos de parcerias como de reforço do posicionamento internacional da indústria portuguesa dos plásticos?
Com a participação na COP30 esperamos consolidar e dar continuidade aos percursos que temos vindo a desenvolver, reforçando o papel da APIP como uma organização dinamizadora e agregadora do setor, capaz de promover um diálogo informado e construtivo a nível internacional.
Queremos demonstrar que a indústria portuguesa dos plásticos está empenhada em contribuir ativamente para os objetivos globais de neutralidade carbónica e circularidade, partilhando exemplos concretos de inovação, colaboração e transição sustentável. Pretendemos também estabelecer novas parcerias internacionais que permitam escalar soluções de descarbonização e reciclagem desenvolvidas em Portugal.
Queremos demonstrar que a indústria portuguesa dos plásticos está empenhada em contribuir ativamente para os objetivos globais de neutralidade carbónica e circularidade, partilhando exemplos concretos de inovação, colaboração e transição sustentável
Mas, acima de tudo, queremos continuar a fazer parte de um movimento que analisa estes fenómenos de forma holística, responsável e sem fundamentalismos, potenciando a criação de pontes e consensos para a construção de verdadeiras soluções, eficientes e sustentáveis.
A COP30 será, por isso, uma oportunidade única para estabelecermos novas parcerias e reforçar o posicionamento internacional da indústria portuguesa dos plásticos como um setor moderno, responsável e orientado para a ciência e para soluções sustentáveis, capaz de transformar desafios ambientais em motores de inovação e competitividade.
Finalmente, que mensagem gostaria de deixar aos consumidores e à opinião pública sobre o papel dos plásticos numa economia sustentável e de baixo carbono?
A mensagem que queremos deixar é simples, mas essencial: os plásticos, quando concebidos, utilizados e geridos de forma responsável, são parte da solução para uma economia sustentável e de baixo carbono. São materiais que permitem reduzir peso e emissões no transporte, preservar alimentos e recursos, garantir segurança e higiene em setores críticos como a saúde, e contribuir para a eficiência energética em múltiplas aplicações.
É fundamental que os consumidores se questionem quanto à verdadeira sustentabilidade dos produtos alternativos ao plástico, avaliando o seu ciclo de vida de forma informada e com base científica – e não apenas em perceções ou emoções. Nem tudo o que é apresentado como “solução alternativa” é necessariamente mais sustentável.
É, no entanto, fundamental que os consumidores se questionem quanto à verdadeira sustentabilidade dos produtos alternativos ao plástico, avaliando o seu ciclo de vida de forma informada e com base científica – e não apenas em perceções ou emoções. Nem tudo o que é apresentado como “solução alternativa” é necessariamente mais sustentável.
É igualmente fundamental olhar para o desafio dos resíduos e dos comportamentos, e não para o material em si. A chave está em utilizar o plástico de forma responsável, prolongar a sua vida útil, promover a sua reutilização e assegurar que volta ao sistema através de cadeias de reciclagem eficazes.
Se cada um de nós, enquanto consumidores, adotar este olhar crítico e informado, e se a indústria continuar a investir em inovação e circularidade, poderemos construir juntos uma economia mais eficiente, sustentável, equilibrada e responsável – onde o plástico continuará a desempenhar um papel relevante.