Vila Franca de Xira vai replantar zona ribeirinha do Tejo e serras no concelho
A zona ribeirinha do rio Tejo e as serras do concelho de Vila Franca de Xira vão ser recuperadas através da plantação de espécies autóctones, revelou ontem à agência Lusa o presidente do município.
Esta é uma das ações previstas no projeto “STOPDeserTejo”, que pretende “combater a desertificação”, promovendo o restauro e a beneficiação de ecossistemas do Estuário do Tejo e em área da Rede Ecológica Nacional (REN) com risco elevado de erosão hídrica do solo, conforme explica uma nota da Câmara Municipal.
Após a apresentação do projeto, que decorreu hoje em Vila Franca de Xira, o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), explicou à Lusa que será promovido um “plano de reflorestação” nas serras do concelho, na zona da subserra, Sobralinho e Aguieira, como também na zona ribeirinha do rio Tejo, “substituindo algumas espécies invasoras por autóctones” (originárias da flora de um território).
O projeto destina-se à “recuperação de ecossistemas na zona ribeirinha do Tejo, quer do lado esquerdo”, que inclui zonas agrícolas e a Reserva Natural do Tejo, “quer do lado direito, a parte urbana do concelho”, referiu o autarca socialista.
No total, será investido um milhão de euros, montante que resulta de uma candidatura ao programa “REACT-EU – Apoio à Transição Climática”, promovido pelo Compete 2020 e financiado pela União Europeia, e que será distribuído entre as três entidades promotoras do projeto: a empresa de exploração agropecuária e florestal Companhia das Lezírias, a Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e a Câmara Municipal.
O município fica responsável pelos trabalhos no lado direito da zona ribeirinha, enquanto a associação e a Companhia das Lezírias vão operar o lado esquerdo, em especial em torno do espaço de visitação e observação de aves (EVOA) da empresa.
Entre as espécies adequadas e autóctones que poderão ser plantadas no concelho, que faz parte do distrito de Lisboa, estão o sobreiro, o salgueiro e a tamargueira, de acordo com informação do projeto disponível no ‘website’ do EVOA.
Além da recuperação de ecossistemas, o investimento contempla ações de sensibilização destinadas à população, e em particular em escolas, e um ‘robot’ de realidade virtual, em que os utilizadores vão “experienciar o que é o voo de uma ave por cima do concelho e da Reserva Natural do Estuário do Tejo”, explicou Fernando Paulo Ferreira.
“Esperamos assim não só educar as pessoas para uma adaptação climática que todos temos de fazer, mas também preparar o território de modo a que ele fique mais resiliente”, resumiu, lembrando que, devido às alterações climáticas, há “desafios particulares” no estuário, como a “crescente salinização das águas do rio, a seca e o risco de incêndio”, pelo que plantas autóctones “apresentam maiores capacidades de resiliência a estas alterações”.
O município prevê implementar as ações do projeto até ao final de 2024.