Vírus com 700 anos recuperado por cientistas e usado para infectar plantas
O título deste artigo pode parecer um pouco sensacionalista, mas foi a única forma que encontrámos para explicar o que um grupo de investigadores do Blood Systems Research Institute acabou de fazer ao vírus de um excremento de rena com sete séculos, usado para infectar uma planta.
O objectivo do teste foi provar que os vírus podem permanecer nocivos durante muito, muito tempo, o que significa que, caso as alterações climáticas causem o derretimento do gelo do Árctico, elas poderão libertar vários vírus desconhecidos para o ambiente – e não poderemos perceber qual o impacto destes vírus adormecidos nas plantas e animais de hoje.
Assim, os cientistas isolaram o vírus encontrado nas bem preservadas fezes de rena, num campo canadiano. O pesquisador Eric Delwart quis perceber se o vírus poderia continuar a ser viral, por isso clonou-o e utilizou-o para infectar uma planta de tabaco – e resultou. Apesar da planta não mostrar sinais exagerados de uma infecção, a verdade é que eles foram claramente visíveis no seu DNA.
“À medida que as alterações climáticas aceleram o derretimento do gelo do Árctico, é possível que as partículas virais antigas e os ácidos nucleicos associados possam ser libertados para o ambiente”, explicou Delwart.
Segundo o Inhabitat, ainda que não haja nenhuma outra informação para além desta, é o suficiente para que percebamos o que as alterações climáticas podem significar para o ambiente. Cada vez mais, literalmente.