Web Summit: A Regeneração em Portugal e a importância do trabalho em rede
Começou hoje o Web Summit 2020 em Portugal, um evento que vai decorrer nos próximos três dias e que este ano tem um registo totalmente digital.
Esta tarde realizou-se o Painel “Portugal’s Network for Planet Regeneration”, onde Mariana Barbosa, Editora da ECO, moderou a conversa entre Ana Salcedo, Co-fundadora do Zero Waste LAB, Gil Penha Lopes, Fundador do Ecolise e Pedro São Simão, Coordenador do Pacto Português para os Plásticos.
Foi discutida a importância das redes de trabalho para a consciencialização dos cidadãos e para o reforço da responsabilidade ecológica de cada um. Segundo os oradores, o trabalho de equipa é essencial nesta viagem de regeneração, que é “uma viagem partilhada”.
Pedro São Simão, defende que a abordagem é um ponto de partida muito importante nesta mudança, e dá o exemplo do Pacto Português para os Plásticos (PPP). “Quando se luta por algo, devemos unir diferentes partes interessadas. Imagine que vai à indústria do plástico e diz “estou a lutar contra o plástico”, ou a um retail e pede ajudar para eles lutarem contra as embalagens; eles não vão entrar nessa luta. Mas se disser que quer lutar por um uso sustentável do plástico, uma economia circular do plástico e das embalagens, provavelmente eles vão aderir ao movimento. É exatamente isso que acontece no Pacto Português para os Plásticos.”
O Coordenador do PPP ponta ainda que a solução está em juntar as empresas, a indústria e o consumidor de forma a “juntar forças com o mesmo propósito”: “Juntos conseguem mudar o desperdício, sem perder o seu valor”, da mesma forma que se “maximiza o valor do material”. Assim, “tiramos o melhor partido da situação”, “ganhamos na economia” e “toda a gente ganha”.
Por sua vez, Ana Salcedo afirma que a rede e os casos de estudo são muito importantes para gerar a mudança certa, e que é importante “partilhar o conhecimento e o que já foi atingido”.
“Minimizar os danos não pode ser o objetivo, mas é uma etapa muito válida e cada etapa conta”, garante, concluindo que “É muito importante que a agenda seja única, com diferentes agentes operacionais trabalhando em complementaridade, ao invés de apenas diferentes frentes que se sentam para se conhecer e construir pontes de colaboração sempre que for conveniente.”
Gil Penha Lopes deu o seu testemunho dizendo que este ano “viu muitas coisas boas a acontecer”, tais como “escolas alternativas”, nas quais a parte ambiental está aliada à educacional, onde “as crianças estão mais juntas com comunidade e com a natureza.” Destacou ainda o apoio crescente às comunidades em toda a Europa, e o facto das mesmas quererem ser regenerativas e começarem criar projetos que promovem o capital natural, aplicando neles o seu financiamento.