Xylella: A praga do olival chegou a Espanha



A Xylella fastidiosa, conhecida como a “praga do olival”, conseguiu atravessar o Mediterrâneo e passar das ilhas Baleares para o território continental de Espanha, tendo sido encontrada num pomar de amendoeiras, perto de Alicante, na Região Autónoma de Valência. 

A primeira detecção da doença teve lugar a 10 de Novembro de 2016, em cerejeiras de um “Garden Center” na ilha de Maiorca. As autoridades fitossanitários espanholas estudaram a origem do foco e a extensão da contaminação e, no início de 2017, foi detectada no mesmo local a infecção nas plantas Polygala myrtifoli (um arbusto conhecido como polígala). Estas plantas eram provenientes “de dois viveiros de Almeria que produzem grandes quantidades de plantas desta espécie e expedem para diversos países na Europa, incluindo para alguns operadores económicos em Portugal”, alertava na altura o ofício da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, em Portugal.

A Xylella fastidiosa é uma bactéria que ataca uma vasta gama de espécies vegetais, constituindo um dos principais problemas fitossanitários emergentes das últimas décadas. Por muito tempo permaneceu confinada ao continente americano, e o primeiro caso na Europa foi assinalado em 2013, no sul de Itália, onde devastou uma extensa área de olival.

Não se conhece ao certo a origem da infecção, mas, de acordo com a DGAV, “a Xylella fastidiosa é uma bactéria que infecta as plantas pertencentes a uma vasta lista de espécies botânicas (nomeadamente, oliveira, zambujeiro, amendoeira, cerejeira, ameixeira, videira, acácia, freixo, aloendro, rosmaninho), bloqueando os seus vasos xilémicos. Esta característica dificulta a absorção de água e nutrientes e, consequentemente, conduz ao aparecimento de sintomas semelhantes a stresse hídrico tais como: murchidão, queimaduras na zona marginal e apical das folhas, morte de alguns ramos e, por fim, da totalidade da planta”. 

Por precaução, foi solicitado aos serviços de inspecção fitossanitária regionais, a realização de inspecções e colheita de amostras nas instalações dos operadores económicos portugueses que receberam plantas destas espécies e provenientes daqueles viveiros espanhóis.

Foto: Creative Commons





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