“You and the Sea” transforma lençóis usados em camisas e doa receitas à ZERO



“Cura by the Sea – Handcrafted Pieces From Recycled Textiles” é o projeto desenvolvido pelo “You and the Sea” que dá nova vida ao desperdício têxtil do aparthotel da Ericeira. Uma edição de apenas 30 camisas acaba de ser finalizada e conta com a assinatura de quatro artistas nacionais, divulgou a unidade turística em comunicado.

Segundo a mesma fonte, as receitas serão integralmente doadas à associação ZERO. “Cura by the Sea”, “mais do que tecidos sem préstimo, recicla a esperança em nós, no engenho humano, no planeta e em soluções inscritas numa economia circular de desperdício zero. Uma ideia bem ‘costurada’ e verdadeiramente cinco estrelas!”

“You and the Sea” – com gestão Amazing Evolution – “sabe bem com que linhas se cose uma boa ideia. Esta vai bem com um guarda-roupa feito de filosofia ambiental e compromisso ético. Por estes princípios se rege este trendy aparthotel, cuja decoração e espírito se impõem como um hino à Natureza, ao upcycling, à criatividade e a estilos de vida em harmonia com os ciclos naturais e em total respeito com o planeta e as pessoas.” O upcycling e a criatividade “coloca-as com frequência nas mãos de artistas, únicos capazes de ver beleza e universos infinitos em pedaços de desperdício e de lixo, como já o tinha feito Bordalo II, o artista urbano conhecido pela sua trash art, que assina grandes peças nos espaços exteriores do You and the Sea. Também aqui foi o caso”, sublinha o comunicado.

Perante a realidade “angustiante” de um considerável desperdício têxtil, Joana Faustino, uma das três irmãs proprietárias do “You and the Sea”, arregaçou as mangas e não descansou enquanto não encontrou uma resposta satisfatória e meritória para travar um desaproveitamento que há muito a inquietava.

“Convite para combater o desperdício de forma criativa”

“Este é um convite para combater o desperdício de forma criativa. Todos os dias, em pequenos (e alguns grandes) gestos, tentamos que o nosso negócio seja mais sustentável. Antes de sermos um hotel, não tínhamos noção que todos os anos o desperdício têxtil, entre lençóis e toalhas que se mancham ou rasgam irreparavelmente, ronda os 15-20%. Decidimos que teria de haver uma solução melhor do que o lixo, para esta montanha tecida. Com a ajuda de uma costureira local, desenhámos e produzimos camisas unissexo, a partir destes têxteis”, refere Joana Faustino, uma das proprietárias do “You and the Sea” e mentora do projeto “Cura by the Sea”.

Definido um corte simples, prático, confortável e apelativo e obtidas as camisas – com um considerável aproveitamento médio de cerca de três camisas por cada lençol – o passo seguinte foi convidar quatro artistas que ajudassem a dar nova vida e a acrescentar valor a cada uma delas. Esta é, de resto, a base do upcycling: não apenas reutilizar matérias-primas ou recuperá-las, como valorizá-las, acrescentando-lhes uma abordagem criativa ou uma nova funcionalidade. Neste caso, ambas se aplicam.

Para o projeto “Cura by the Sea – Handcrafted Pieces From Recycled Textiles”, foram chamados ao ‘atelier’ quatro artistas nacionais, eleitos pelo seu traço distintivo, e por utilizarem diferentes técnicas, capazes de dar origem a estéticas distintas e a customizar práticas peças de vestuário: Sara ds Diniz, Krus, Hijade e Femo Factory.

Cinco camisas apresentadas ao público dias 15 e 16 de julho 

Cinco camisas de cada um dos modelos e assinadas por cada um dos criadores, num total de 30, com etiqueta “Cura by the Sea – Handcrafted Pieces From Recycled Textiles” serão apresentadas ao público dias 15 e 16 de julho – das 13h às 23h –, no “Sea Salt Collective”, um mercado que celebra artesãos e criadores nacionais. A decorrer no La Barraque, espaço exterior e multivalente do “You and the Sea”, será nesta feira de saberes que estarão à venda.

 A receção do hotel será outro ponto de venda, para estas primeiras 30 unidades e para outras que já se adivinham, fruto de novas parcerias.

Os preços variam entre os 60 € e os 200 €, em função da técnica utilizada, sendo que os modelos bordados à mão ou pintados manualmente são mais caros do que os das camisas serigrafas, por exemplo. O valor limita-se ao do trabalho dos artistas, ao qual se acrescentou outro tanto para que houvesse verba a destinar à associação Zero.

O comunicado esclarece ainda o nome de batismo deste projeto, “Cura by the Sea”. “Cura era o nome que antigamente se dava ao tratamento dos tecidos usados, para que parecessem novos. Cura, porque ‘curamos’ um lençol ao transformá-lo, e também por ser esta uma forma de tentarmos ‘curar’ o ambiente, ao agirmos de modo sustentável. Cura faz igualmente sentido pela curadoria que se faz, ao entregarmos a ideia nas mãos de artistas”, explica Joana Faustino.

 

 

 

 

 





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