Zonas húmidas artificiais da Arábia Saudita ajudam a poupar água e dinheiro



A maior parte da água utilizada na fundição e no refinamento de alumínio é tratada num sistema que envolve redes de tubagens e toneladas de aço. A água é “limpa” em tanques que utilizam produtos químicos, monitores e filtros mecânicos. Quando está suficientemente limpa, é devolvida para a reutilização industrial.

Agora, um novo projecto conjunto entre a Alcoa e a Saudi Arabian Mining Company (Ma’aden) oferece uma alternativa mais sustentável. Perto da maior mina de alumínio do mundo, na Arábia Saudita, serão construídas zonas húmidas destinadas a agir como um bio filtro para o esgoto sanitário e industrial. A vegetação irá estimular o crescimento de microorganismos que removem azoto, metais e outras impurezas da água, utilizando processos químicos naturais.

Espera-se que este novo sistema reduza a utilização de água da mina em mais de 7,5 milhões de litros por dia, levando a uma poupança de €5,3 milhões (R$ 15,6 milhões) por ano em custos de aquisição da água. Também serão poupadas 1.000 toneladas de aço, que seriam necessárias num sistema de limpeza convencional, revela o Guardian.

Os sistemas de zonas húmidas artificiais não são novos, mas este – numa escala tão grande que simula os processos físicos, químicos e biológicos das zonas húmidas naturais, de modo a tratar as águas residuais na indústria do alumínio – é sem dúvida inovador. Terá o tamanho de sete campos de futebol.

A infra-estrutura foi primeiro construída e testada, há quatro anos, numa instalação da Alcoa, em Pittsburgh, nos Estados Unidos – só depois o projecto foi transferido para a Arábia Saudita. Foi construída seis meses mais depressa do que um sistema baseado em tanques e usa uma espécie de relva nativa. As zonas húmidas já estão mesmo a atrair aves para a região e podem vir a constituir um habitat importante para as aves migratórias.

O sistema de circuito fechado guarda a água no subsolo, logo esta não se evapora. “Na Arábia Saudita, a água é um recurso muito importante e a tecnologia de zonas húmidas ajuda a garantir que o sector é competitivo, tem muito boa eficiência e reduz o impacto sobre o meio ambiente”, disse Abdulaziz Al Harbi, presidente da Ma’aden.





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