Governo quer dar benefícios fiscais a proprietários que disponibilizem terrenos para exploração
O secretário de Estado português do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, disse ontem em Ponte de Lima que o Governo está a estudar a atribuição de benefícios fiscais aos proprietários que, voluntariamente, disponibilizem terrenos para exploração, quer para jovens agricultores quer para o alargamento de produções já existentes.
Segundo Campelo, é importante que o abandono de terrenos agrícolas ou florestas saia caro. “Hoje parece que, em algumas situações, é mais barato abandonar a terra do que geri-la. Gostaríamos de inverter esta situação para que, de futuro, abandonar a terra fosse mais caro do que vendê-la, arrendá-la a quem estiver interessado em explorá-la”, explicou o governante.
Segundo a Lusa, há hoje 1,5 milhões de hectares de terrenos de produção florestal – e 125 mil hectares de terrenos de produção agrícola – sem qualquer utilização.
Esta não é a primeira vez que o Governo português fala na criação de um Banco de Terras.
“[Vamos introduzi] medidas que tenham um incentivo de natureza financeira e que permitam que as pessoas olhem para a terra de forma diferente da do passado, pelo menos neste espaço que está abandonado”, explicou o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural.
Em 2012, continuou Daniel Campelo, “as coisas serão difíceis para toda a gente, mas se há algo que podemos aproveitar melhor é o potencial do mundo rural, do aproveitamento da terra”.
O governante esteve em Ponte de Lima para efectivar a contratualização de €4,5 milhões em verbas do programa comunitário Proder para 44 projectos de valorização dos produtos e actividades regionais, promovidos põe entidades públicas e privadas locais.
Este tipo de medidas, aliás, serão replicadas em 2012, numa estratégia de aumentar a produção nacional, reduzir a importação e conquistar a independência económica do País.