Boto-cor-de-rosa: o maior golfinho de água doce está em perigo de extinção
De todas as espécies de golfinhos de rio, o boto-cor-de-rosa da Amazónia é a maior: os machos podem chegar a medir 2,5 metros de comprimento e pesar até 200 quilos. As fêmeas, um pouco menores, chegam a medir 2,2 metros e a pesar 150 quilos. O corpo é flexível, visto que precisam de ser ágeis para se desviarem de obstáculos, como troncos caídos na água, e para capturar as suas presas. Além de peixes, eles podem comer também moluscos e crustáceos.
No Brasil, há pescadores que os caçam e matam ilegalmente, transformando-os em isco para um peixe-gato a que chamam piracatinga. Isto está a pôr a espécie numa situação de extrema vulnerabilidade. Em Janeiro deste ano, deixou de estar em vigor uma moratória contra a pesca de piracatinga. Ambientalistas e investigadores têm apelado à sua renovação. “São criaturas muito especiais, extremamente inteligentes e podem demonstrar um conjunto de comportamentos semelhante ao dos humanos”, disse Natanael dos Santos, da Reserva Mamirauá, dirigida pelo instituto de investigação Instituto Nacional de Pesquisas da Amazónia (INPA), citado pelo site científico Mongabay.
O que distingue estes golfinhos de outros é a lenta transformação de cinzento para cor-de-rosa, à medida que vão envelhecendo. O seu comportamento e exposição à luz solar também têm influência na mudança de tom do boto cor-de-rosa — ou “boto vermelho”, como é conhecido no Brasil. Apesar de todos os esforços por parte de investigadores e ambientalistas para impedirem o seu desaparecimento, este mamífero encontra-se “em perigo de extinção” na lista vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).