As nuvens raras que brilham no escuro



As nuvens noctilucentes são as mais altas da atmosfera terrestre, uma vez que se situam em altitudes entre os 75 e os 90 quilómetros. No entanto, o seu mecanismo de formação ainda não está totalmente explicado. Os investigadores acreditam que as nuvens noctilucentes são constituídas por cristais de gelo extremamente pequenos, podendo formar-se a partir das poeiras cósmicas, como por exemplo restos de meteoritos que se desintegram ao entrar na atmosfera.

O fenómeno foi descrito pela primeira vez em 1885, dois anos depois da erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, que lançou para a atmosfera toneladas de vapor de água, o que pode ter contribuído para aumentar o brilho destas nuvens e permitir uma melhor observação.

De acordo com um novo estudo liderado pelo Instituto Leibniz de Física da Atmosfera em Kühlungsborn, Alemanha, o aumento do vapor de água na atmosfera da Terra, devido às atividades humanas, está a tornar as nuvens noctilucentes mais visíveis. Os resultados sugerem que essas nuvens, cada vez mais comuns, vistas apenas nas noites de verão, são um indicador das mudanças climáticas causadas pelo homem.

O facto das nuvens noctilucentes mais espessas e visíveis, poderem influenciar o clima da Terra, será objeto de investigações futuras. Segundo Ilissa Seroka, cientista do Environmental Defense Fund em Washington, as emissões de metano estão a ter impacto na atmosfera, não só na sua temperatura mas também na composição química.

“Há algumas evidências de que isto é resultado de mudanças na atmosfera, incluindo mais vapor de água, devido à mudança climática”, escreveu o editor-chefe do NASA Earth Observatory, Michael Carlowicz.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...