‘Borboleta espacial’ capturada com detalhes inéditos
A nebulosa planetária nunca foi fotografada com detalhes tão impressionantes.
O espaço é um dos grandes mistérios para a Humanidade, felizmente no século XXI dispomos de telescópios que permitem observar, cada vez com mais detalhe, estas pequenas maravilhas.
Esta imagem inédita é uma das mais recentes maravilhas. Trata-se de uma bolha simétrica de gás conhecida como NGC 2899, que parece uma borboleta psicadélica gigante a voar pelo universo. Esta nebulosa planetária nunca foi fotografada com tanto detalhe, observa o OES (Observatório Europeu do Sul), “mesmo com as fracas bordas externas da nebulosa planetária a brilhar sobre as estrelas de fundo”.
Apesar de ter “planetário” no nome, as nebulosas planetárias não são exatamente planetárias; receberam o nome pela mão dos primeiros astrónomos que as descreveram pela aparência de planeta.
De facto, é o que acontece quando estrelas gigantes e antigas colapsam e emitem conchas de gás em expansão, cheias de elementos pesados. Como uma morte dramática no palco, no estilo espacial, as conchas brilham por milhares de anos antes de desaparecer lentamente.
Atualmente, as ondas de gás estendem-se até dois anos-luz do centro do objeto, com temperaturas a atingir mais de dez mil graus. Este calor vem do alto grau de radiação da estrela-mãe da nebulosa, que faz com que o gás hidrogénio na nebulosa brilhe em um halo avermelhado ao redor do gás oxigénio, em azul.
A beleza das borboletas está localizada na constelação ‘The Sails’, entre 3000 e 6500 anos-luz de distância. Presume-se que as suas duas estrelas centrais sejam a fonte da sua aparência (quase) simétrica. “Depois que uma estrela alcançou o fim da sua vida útil e eliminou as suas camadas externas”, explica o OES, “a outra estrela agora interfere no fluxo de gás, formando a forma vista aqui”. O OES acrescenta que apenas 10 a 20% das nebulosas planetárias exibem este tipo de forma.
A imagem, e outras similares, foram concretizadas no âmbito do programa ESO Cosmic Gems, uma iniciativa de alcance para usar os telescópios do OES para fins de educação e divulgação pública. Fazendo uso do tempo do telescópio que não pode ser usado para observações científicas, óculos como borboletas feitas de gás ardente são capturados para todos verem – dando-nos mais um motivo para nos maravilharmos com os céus noturnos.