Numa só noite, foram mortos 1428 golfinhos nas Ilhas Faroé
Na noite de 12 de setembro foram mortos 1428 golfinhos da espécie Lagenorhynchus acutus nas Ilhas Faroé, avança a organização Sea Shepherd Conservation Society. O número chocante superou o recorde estabelecido há 81 anos, onde foram mortas 1200 baleias-piloto, e foi também classificado como “a maior caça única de cetáceos já registada em todo o mundo”.
A caça aos golfinhos-de-flancos-brancos ocorreu na praia Skálabotnur, na ilha de Eysturoy, no âmbito do tradicional ritual de caça anual denominado “grindadráp” ou “grind”, organizado pela própria comunidade. Os animais são encurralados para junto das praias e mortos por pescadores.
A Sea Shepherd considera que esta caçada “violou várias leis faroenses”, por três razões: a caça não foi autorizada pelo respetivo chefe do distrito, muitos participantes não tinham licença para a prática e vários golfinhos foram expostos a uma morte lenta e dolorosa ao serem atropelados por barcos – algo que não é admissível pelo regulamento.
Em entrevista à estação BBC, o presidente da Associação de Baleeiros das Ilhas Faroé, Olavur Sjurdarberg, admite que o acontecimento “foi um grande erro”. “Eles estimaram que eram apenas 200 golfinhos”, explica, acrescentando que o número verdadeiro do grupo só foi conhecido após o começo da caçada. “A maioria das pessoas está em choque com o que aconteceu”, aponta.
Na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), o golfinho Lagenorhynchus acutus encontra-se categorizada como “pouco preocupante”, o que indica que não está em risco de extinção. No entanto, a IUCN não tem conhecimento da população existente, baseando-se apenas num conjunto de estimativas resultantes de estudos realizados entre 1995 e 2018.