Mais de metade das palmeiras do mundo estão em risco de extinção
Quando as pessoas pensam no paraíso, muitas vezes imaginam uma ilha idílica com palmeiras balançando ao vento. Mas este paraíso está em risco. Mais de metade das espécies de palmeiras do mundo podem, em breve, enfrentar a extinção, segundo um novo estudo realizado através de inteligência artificial (IA).
Uma de investigadores juntou novas técnicas de aprendizagem através de máquinas com os dados existentes na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) para prever o futuro das palmeiras. Os resultados estimam que mais de 1.000 das cerca de 1.900 espécies de palmeiras poderão estar em risco de extinção.
Os cientistas adotaram a IA para atualizar a Lista Vermelha da IUCN. O financiamento inadequado, a falta de recursos científicos e uma preferência pública pela fauna das variedades fofinhas ou magníficas deixou lacunas na lista – especialmente para as plantas, que são menos carismáticas do que, digamos, os ursos polares.
“A crise da biodiversidade dita que tomemos medidas urgentes para conter a sua perda”, disse Steven Backman, líder de investigação da equipa. “Precisamos de utilizar todas as ferramentas à nossa disposição, tais como previsão e automatização, para gerar avaliações rápidas e robustas. A adição de plantas à Lista Vermelha é um dos passos vitais que os conservacionistas podem dar para aumentar a consciência das espécies em risco”, acrescentou.
As palmeiras não são apenas mais uma árvore bonita. Milhões de pessoas a nível mundial dependem delas para a alimentação, medicina e materiais de construção. Os investigadores designaram Madagáscar, Filipinas, Hawaii, Bornéu, Nova Guiné, Jamaica, Vanuatu, Nova Caledónia, Sulawesi e Vietname como regiões de prioridade máxima para a conservação das palmeiras.
“Após este estudo, temos uma ideia muito melhor de quantas, e quais, espécies de palmeiras estão ameaçadas”, disse Rodrigo Cámara-Leret, investigador sénior da Universidade de Zurique. “Esperamos que a lista prioritária que fornecemos de palmeiras úteis em vias de extinção e das suas alternativas não ameaçadas possa fomentar colaborações entre todos os interessados e acelerar ações para as conservar”, concluiu.