Marinha brasileira decide afundar porta-aviões no Atlântico
As autoridades brasileiras decidiram afundar o antigo porta-aviões “Foch”, da marinha francesa, que passou para as mãos do Brasil em 2000 e que está há muito tempo no mar em busca de um porto.
“Tendo em conta os riscos envolvidos no reboque do navio e a deterioração da sua flutuabilidade (…), a única solução é abandonar o casco afundando-o de forma controlada”, disse o Ministério da Marinha e da Defesa brasileiro, na quarta-feira à noite, numa declaração conjunta, acrescentando que, dado o seu estado, “um afundamento espontâneo” do casco era inevitável.
A decisão foi altamente controversa, uma vez que o casco de 266 metros de comprimento está cheio de amianto, tinta e outros resíduos tóxicos, de acordo com várias organizações ambientais.
Há 15 dias, a Marinha brasileira anunciou que tinha rebocado o velho porta-aviões no Atlântico, a 315 quilómetros da costa brasileira.
As autoridades disseram que tendo em conta o seu estado de degradação e o “elevado risco” que representa para o ambiente, não permitiria o seu regresso a um porto ou a águas territoriais brasileiras.
Várias organizações não-governamentais expressaram o seu receio de que o Brasil estivesse a cometer um “crime ambiental”.
A Associação Robin Hood descreveu o antigo porta-aviões como um “pacote tóxico de 30.000 toneladas”.
Construído nos finais da década de 1950 no estaleiro Saint-Nazaire, no oeste da França, o “Foch” serviu a Marinha francesa durante 37 anos, e foi comprado em 2000 pelo Brasil, que lhe deu o nome de “São Paulo”.