Administração Pública é o sector que menos contribui para eficiência energética



A Administração Pública é o sector que menos tem contribuído para os objectivos de eficiência energética propostos pelo Governo português. E quem o afirma é o próprio secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho.

“Estamos a atingir os objectivos de eficiência energética em termos globais, mas quem menos tem contribuído tem sido a administração pública. Não nos conformamos [com isso]”, explicou ontem Zorrinho.

“A Administração Pública deve ser o exemplo. Já não digo as escolas, que têm de ser o exemplo dos exemplos, mas toda a administração tem de ser o exemplo”, continuou.

O responsável foi mais longe e disse ainda que , à medida que os cidadãos vêem que existe desperdício de energia num edifício público, eles próprios se sentem “mais desresponsabilizados por não fazerem nada para reduzir o consumo”.

Segundo um estudo promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), mais de metade da factura energética do Estado corresponde aos edifícios públicos. Só no ano passado, o consumo de energia nos edifícios da Administração Pública ascendeu aos 260 milhões de euros, contribuindo para uma factura total de 500 milhões de euros do consumo energético do Estado.

Aliás, o consumo nos edifícios da administração pública está a crescer ao dobro da média nacional (77%), se tivermos como referência os anos de 1994 e 2008.

Zorrinho revelou ainda que o Governo irá lançar um programa específico para alcançar a eficiência energética no sector público, o ECO-AP.

O programa terá três vertentes: uma solução de financiamento, outra de incentivo e compensação e, finalmente, uma solução interna de responsabilização pelos comportamentos.





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