Reportagem: “A natureza agarra em nós e transforma-nos completamente”
A 40 quilómetros de Lisboa, a Quinta do Arneiro, outrora toda de pomares de pera Rocha, produz atualmente uma enorme variedade de hortícolas em modo biológico nos seus 30 hectares. E foi o local eleito pela ASUS para apresentar o Zenbook S 13 OLED, o seu portátil “mais ecológico de sempre”, num evento com o mote “A Sustentar um Futuro Incrível”.
Mas antes, Luisa Almeida, ofereceu-nos um workshop de ervas aromáticas sobre como fazer uma horta em casa e levou-nos a conhecer a quinta. “Tudo o que vos vou ensinar foi aquilo que eu aprendi. A primeira vez que fiz um curso com ervas aromáticas, acreditem que eu só conhecia a salsa e os coentros. É mesmo verdade. Portanto, há sempre esperança”, gracejou.
No percurso por parte dos 30 hectares que compõem a quinta, Luisa contou-nos que a Quinta do Arneiro foi comprada pelo pai em 1967. “Era daquelas quintas abandonadas, entregues a um caseiro em que o proprietário só vinha de férias. O meu pai comprou e fez tudo pomar de pera rocha. Na altura foi assim uma revolução porque não era normal haver 30 hectares de monocultura. Isto na década de 70”, revelou, acrescentando que “foi assim durante muitos anos”.
Filha única, fugiu sempre da agricultura. Por isso, diz entre risos, “nunca digam que nunca vão lá parar”, porque, quando o pai faleceu, deixou a livraria que teve durante 14 anos em Torres Vedras para tomar as rédeas da quinta. “Para ser sincera não sabia o que é que queria fazer. Sabia que queria valorizar. Quando pensei na agricultura biológica, foi muito a pensar na valorização do produto. Ainda não tinha consciência ambiental, não tinha nada a ver com a natureza. Hoje em dia, ou de há uns anos para cá, tenho consciência que a natureza agarra em nós e transforma-nos completamente”.
Atualmente, continua, “tudo o que nós fazemos aqui tem muito a ver com a preservação da natureza. E o lucro. Claro que precisamos de ganhar dinheiro, mas há coisas muito importantes para fazer”. O filho Duarte passa por nós e Luisa confidencia-nos que têm muitas discussões “porque ele é o hiper preservador da natureza. Eu tenho de pensar que temos de ter alguma rentabilidade, caso contrário não resistimos”. Mas destaca, com orgulho, o projeto que ele tem com a mulher. “Um projeto lindo”, diz, chamado FLÔ, um pedacinho de paraíso, numa pequena parcela da quinta.
A fundadora da Quinta do Arneiro acredita que “nos transformamos quando trabalhamos com a natureza. É mesmo verdade. E é uma coisa emocionante. Sentir que passamos a ser parte integrante… Custa ver coisas que prejudiquem a natureza, custa ver mesmo, tanto como a morte de alguém. E foi isso que aconteceu comigo. Acabei por ficar mais ligada à natureza”.
“Temos uma coisa hoje que vale ouro que é a credibilidade: as pessoas acreditam em nós”
Em 2007 começaram com o primeiro hectare sem saber nada de horta. “Fomos fazendo. Começámos a vender no mercado de Cascais, depois entregámos o primeiro cabaz porque houve uma cliente no mercado que nos pediu para entregar em casa. Foi tudo assim! Não houve estudos de mercados, não houve estudos de viabilidade, não houve nada! No meu carro, os meus filhos todos fizeram entregas. Depois comprámos o primeiro carro, fizemos obras no armazém. Mais tarde fizemos as primeiras estufas. Felizmente as coisas foram crescendo e tivemos uma sorte danada de ter muita gente a falar de nós. Também muito trabalho, claro, mas há pessoas que também o fazem e não conseguem esta visibilidade. E nós temos conseguido evoluir, porque temos muita gente a falar de nós e temos uma coisa hoje que vale ouro, que é a credibilidade: as pessoas acreditam em nós! Acho que as pessoas acreditam porque nós dizemos mesmo aquilo que fazemos e só pode ser assim”, afirma.
Luisa confessa que cometem erros, mas tentam progredir. “Estamos intrinsecamente preocupados com o ambiente! Não é greenwashing, não estamos preocupados em mostrar coisas que não fazemos. Temos mesmo muito cuidado a fazer algumas coisas muito bem feitas. Deixámos de usar plástico, porque também temos clientes que nos chateiam muito”, explica.
Entretanto, continua, “fizemos o primeiro cabaz, o segundo, o terceiro e o quarto, fomos por aí fora e eu queria muito um restaurante, queria muito ter um sítio onde receber as pessoas e onde elas pudessem almoçar connosco, mas deram-me na cabeça e disseram: não, o restaurante não pode ser a primeira coisa, faz lá primeiro a parte do armazém das estufas, etc”. E foi assim que investiu primeiro ali e, em 2016, abriram o restaurante que “tem sido uma loucura”, confessa.
Depois começaram a fazer mais cabazes, criaram o primeiro site e fizeram obras num segundo armazém. “Por acaso coincidiu com a Covid, foi uma sorte, passámos para o segundo armazém em julho de 2020. Maior. Essa altura foi tão boa que às tantas já não podíamos aceitar mais clientes porque não conseguíamos fazer bem feito”, conta.
Nestes anos todos aprenderam muita coisa. “Aprendemos a só produzir sazonal, não produzimos nada fora de época. Não vendemos nada fora de época. Tudo o que compramos é de época. Também compramos fora, toda a fruta é comprada fora. Fazemos questão de pagar bem aos agricultores porque sabemos o que isso custa. Portanto se os nossos produtos têm um custo mais alto é porque também fazemos questão de pagar bem. E tenho orgulho nisso, de dizer que não estamos a prejudicar as outras pessoas”.
“Quando estamos a fazer agricultura biológica, estamos realmente a preservar a natureza”
A evolução foi de tal forma que hoje já têm a quinta “toda em biológico”, revela. “Nós fomos convertendo em bio aos poucos, porque não podemos fazer só de uma vez, não é? Portanto, fomos fazendo aos poucos, fomos arrancando os pomares. Hoje não temos pomares de pera rocha. Temos ali umas árvores sem grande saúde, ‘em memória de’. Vamos tentar conservá-las. Uma coisa que nós fizemos foi: arrancámos as arvores à nossa custa, triturámos toda a lenha, vê-se aí um monte de cascas das árvores que fica cá para nos melhorar a nossa terra. Em honra das árvores, isto era o que poderíamos fazer”, diz.
Em fim de transição, no fim de todas as colheitas de verão, o cenário não é o mais bonito. “Nesta altura, plantam-se couves na Quinta do Arneiro”, conta Luisa, que explica que “o nosso Inverno é muito verde, tem muita couve, muita raiz e os nossos clientes couve, são os melhores porque aguentam as couves todas e depois voltam ao verão e têm o bónus dos morangos, e do tomate, etc. Depois temos o cliente do morango, que é aquele que vem quando chega o morango e depois vão-se embora e nós continuamos aqui e precisamos todo o ano”.
Ainda assim, Luisa mostrou-nos o “campo feio” desta altura. Perto dos poucos morangos que restavam confessou-nos que “quando estamos a fazer agricultura biológica, estamos realmente a preservar a natureza”. E explicou que “há muitas formas de fazer agricultura biológica. Há quem faça agricultura biológica só não usando químicos de síntese, essa é a única regra. Mas há quem faça agricultura biológica para além disso. Que é o nosso caso. Nós fazemos muitas culturas diferentes, fazemos pousios, fazemos rotações, deixamos muitos espaços, são as bandas ecológicas, são estes espaços que ficam um bocado selvagens e onde os bichinhos que nos ajudam se escondem e habitam. E esse equilíbrio da natureza é super importante. É preciso haver arbustos, haver árvores para conseguirmos ter vida nos sítios. A terra nua é sempre a pior coisa. A terra nunca deve estar nua. A terra deve estar sempre ocupada com qualquer coisa. Mais vale deixá-la com erva, do que deixá-la nua, porque nua vai-se degradando. Imaginem os pinhais, etc, as flores que caem, aquilo tudo que cai nas florestas é a melhor terra que há. É uma auto-compostagem!”, afirma.
Já à porta da mercearia, e questionada pelos bimis, revelou-nos que “agora são patenteados”, acrescentando que “é o primeiro produto da horta que é patenteado e só pode ser vendido pela empresa que os criou”. A fundadora da Quinta do Arneiro explicou ainda que “são caríssimos para comprar, não há biológicos e eles entregam a determinadas pessoas para os produzir”. Portanto, adiantou, “eu não posso produzir bimis” e contou que o mais parecido que vendem são os mini-brócolos.
Além disso, falou da importância do aproveitamento. “É muito importante aproveitar as coisas todas, a rama. Habituamo-nos a usar a rama. Normalmente as coisas são todas deitadas fora antes de chegar ao consumidor. A rama aguenta muito menos tempo do que o próprio produto, da beterraba ou de que for. Portanto, é logo cortada no campo e nunca chega ao consumidor. Nós mandamos sempre as coisas com a rama porque é um sinal de frescura e deve ser utilizada”.
Já na padaria, encontramos a Carina que, diz Luisa, “faz pão com muita paixão”, acrescentando que tem 25% de massa mãe, “o que faz toda a diferença” e que “as farinhas são todas bio”.
Zenbook S 13 OLED: O portátil “mais ecológico de sempre” da ASUS
Finda a visita, foi tempo de seguir para a apresentação do portátil “mais ecológico de sempre” da ASUS. À nossa espera, além de responsáveis da marca, estavam Catarina Barreiros, empreendedora especializada em sustentabilidade e Ayala Botto, biólogo e educador ambiental que, recorrendo a dados, falaram sobre a importância de um dispositivo assim para o planeta.
Segundo a Asus, o Zenbook S 13 OLED “oferece a mesma qualidade utilizando materiais sustentáveis”. A sua estrutura contém metais e plásticos reciclados, um novo acabamento em alumínio cerâmico de plasma ecológico na nova cor Basalt Gray, componentes eletrónicos sem halogéneo e embalagens com certificação FSC™ Mix, que “irão ajudar a reduzir a pegada de carbono”.
O portátil superfino e superleve está certificado com os rótulos ecológicos “mais importantes do mundo”, o EPEAT® Gold, que dá a garantia de um impacto ambiental e social positivo ao longo de todo o ciclo de vida e o ENERGY STAR®, certificado de eficiência energética, que assegura que o Zenbook S 13 OLED evita as emissões de gases com efeito de estufa.
E se os materiais deste Zenbook são mais amigos do ambiente, o seu processo de construção não fica atrás. Para criar uma tampa em alumínio cerâmico de plasma exclusiva, foi utilizado um processo de fabrico especial que consiste no uso de água pura e eletricidade, eliminando assim a necessidade de compostos orgânicos, ácidos fortes ou metais pesados. E para assegurar uma longa vida útil e evitar o desperdício a longo prazo, este equipamento foi submetido a rigorosos testes de durabilidade, de acordo com a norma militar MIL-STD-810H dos EUA.
A embalagem deste portátil é feita com material reciclado e é 100% reciclável e na impressão é utilizada tinta de soja, prática que a ASUS segue desde 2007 em todas as suas embalagens de portáteis. A caixa do Zenbook S 13 OLED é construída como se fosse um origami, uma vez que não utiliza cola nem quaisquer plásticos, incluindo a pega que é feita de cartão. Todos os materiais que protegem tanto o portátil como os acessórios no interior da caixa são plant-based.
“Procuramos um local que fosse como nós uma referência na sua área de atuação”
Eduardo Cardoso, Marketing Manager da ASUS, explicou à Green Savers porque escolheram a Quinta do Arneiro para a apresentação deste portátil: “sabemos que as primeiras impressões são importantes, e sendo o nosso primeiro evento com esta temática, procuramos um local que fosse como nós uma referência na sua área de atuação. E a Quinta do Arneiro surgiu automaticamente pela notoriedade e acima de tudo credibilidade que tem no mercado. Sabemos que é um local que trabalha muito bem todas as bases da agricultura biológica e sustentabilidade e, por tudo isso, foi uma escolha óbvia e que ficamos muito satisfeitos com o resultado final”.
O responsável revelou que o mote da ASUS “é ‘Em busca do Incrível’, algo que nos define como empresa inovadora e faz-nos entregar essa mesma premissa a todos os nossos clientes através dos nossos produtos” e que, “em termos de proteção do meio ambiente, adotamos o mote ‘A Sustentar um Futuro Incrível’, ligando assim a nossa base tecnológica e de inovação com a sustentabilidade”.
Eduardo Cardoso acrescentou que, “atualmente, os fabricantes de portáteis têm muito mais responsabilidades do que apenas gerar lucros” e que a ASUS “leva a sério o seu compromisso para com um futuro sustentável e ecológico”.. “Aplicamos práticas amigas do ambiente a todos os níveis de operações – desde a forma como construímos os nossos portáteis, à experiência de posse do portátil ASUS e o que acontece com ele depois da decisão de substituição”, explicou.
O responsável referiu ainda que a sustentabilidade “é uma parte essencial de quem somos na ASUS. Como Jonney Shih, Presidente da ASUS, afirmou repetidamente: ‘Incorporamos objetivos de desenvolvimento sustentável no processo de tomada de decisões da empresa para fazer contribuições positivas para a sociedade e para o ambiente através de ações práticas'”.
Na ASUS, esforçam-se para “garantir um futuro mais verde para as gerações vindouras” e estabelecem para eles próprios “objetivos ambiciosos para 2025 assentes em quatro pilares: ação climática, economia circular, fabrico responsável e criação de valor que nos ajudarão a alcançar operações ainda mais sustentáveis”, concluiu.