China destrona EUA como maior consumidor de energia
A China já destronou os Estados Unidos como o maior consumidor mundial de energia. Nos próximos 25 anos, o “C” de BRIC irá aumenta em 75% a sua procura, ou seja, mais de um terço do aumento do uso de energia global durante esse período.
As previsões são da Agência Internacional da Energia (AIE) e foram ontem reveladas pelo Jornal de Negócios online.
De acordo com a AIE, o combustível que mais atenderá à procura energética dos países emergentes será o petróleo, mas a percentagem de consumo de crude no mix global vai diminuir de 33%, em 2008, para os 28% em 2035.
A produção mundial deverá aumentar para 96 milhões até 2035, mas a restante procura será satisfeita por melhorias no processamento. A quota de produção da OPEP deverá subir dos actuais 41% para 52% da oferta mundial, em 2035.
De acordo com o Outlook hoje publicado, existem três cenários para o futuro do consumo de energia. O primeiro, denominado “Cenário de Novas Políticas”, baseia-se na implementação dos compromissos dos Governos no combate às alterações climáticas.
O segundo, o “Cenário 450”, detalha as medidas que seriam necessárias para reduzir a concentração de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa na atmosfera para 450 partes por milhão. Ou seja, seria o cenário mais rigoroso em termos de políticas verdes.
O terceiro cenário é o das “Políticas Existentes”, o que tem em conta um cenário em que nada muda em termos de políticas.
Estes cenários são importantes para calcular o pico do petróleo, que segundo a AIE poderá chegar mais cedo.
Assim, no “Cenário 450” a produção atinge um pico nos 86 milhões de barris por dia – e antes de 2020, em resultado de uma menor procura.
No “Cenário de Novas Politicas” a produção total de petróleo não atinge um pico antes de 2035, se bem que se aproxime disso.
“A mensagem é clara” – escreve a AIE – “se os Governos agirem de forma mais energética do que actualmente, de modo a incentivarem um uso mais eficiente do petróleo e o desenvolvimento de energias alternativas, então a procura começará a diminuir e, por conseguinte, podermos assistir a um pico um pouco mais cedo do que o previsto na produção de petróleo. Esse pico não resultará da restrição de recursos”.
No entanto, continua a AIE, se os Governos pouco ou nada fizerem, “então a procura continuará a crescer, os custos de abastecimento continuarão a subir, o encargo económico do consumo de crude continuará a aumentar, a vulnerabilidade à ruptura da oferta continuará a intensificar-se e o ambienta a nível mundial será seriamente penalizado”.