Politécnico de Setúbal forma “nova geração” europeia de especialistas em construção sustentável



Liderado pelo Politécnico de Setúbal (IPS) desde fevereiro de 2022, o projeto europeu BUILD2050 – Training for Sustainable and Healthy Building for 2050 chega ao fim deixando como legado uma “nova geração de profissionais qualificados para apontar o caminho de uma construção civil mais sustentável, em linha com as metas climáticas europeias”.

A afirmação é da docente Susana Lucas, coordenadora do consórcio responsável de seis instituições de Ensino Superior europeias que esteve reunido para dois dias de balanço e reflexão com parceiros associados e colaboradores, num evento final em formato híbrido que decorre na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS).

Segundo a investigadora responsável, que interveio na sessão de abertura, este projeto fez a diferença pela “visão multidisciplinar da descarbonização dos edifícios”, mobilizando saberes vários de académicos, profissionais, empresas e outros agentes de vários pontos da Europa, sendo certo que “os edifícios resultam de um conjunto de áreas do conhecimento, da água aos materiais, passando pela energia”. No primeiro painel de discussão, dedicado aos parceiros associados nacionais, marcaram presença representantes das agências de energia ADENE, S.Energia e ENA, e o presidente da Câmara Municipal da Moita, Carlos Albino.

Quanto aos resultados alcançados, que estão a ser apresentados em detalhe ao longo do dia de hoje, Susana Lucas realça “o cumprimento de 100 por cento dos objetivos propostos e dentro do timing previsto”, a começar pelo desenvolvimento de uma formação integrada e transnacional de técnicos na área da construção sustentável e promotora da saúde e bem-estar, materializada em oito cursos online de curta duração, que permitiram capacitar mais de 200 profissionais do setor, metade dos quais portugueses.

Os conteúdos ministrados ficam também disponíveis através de uma plataforma colaborativa e de um eBook, somando-se um outro grande resultado concretizado, a criação do Guia Europeu BUILD2050, que pretende ser a base de uma rede europeia consolidada de profissionais, investigadores e decisores políticos nas áreas temáticas da Construção 2050.

Projeto perspetiva continuidade com nova candidatura

Com esta base de trabalho, o BUILD2050 tem condições para avançar noutros moldes e com novas ambições. “Já fizemos uma nova candidatura, também a fundos europeus e na ordem dos 2 milhões de euros, tendo em vista a melhoria da formação já criada. Se for aprovada, a ideia é termos disponível online um laboratório de Engenharia Civil que permita a interação dos formandos e a realização de aulas práticas”, desvendou a docente responsável.

Na sessão de abertura do evento de encerramento, interveio igualmente a vice-presidente do IPS para a Investigação e Internacionalização, Luísa Carvalho, que realçou o papel da instituição enquanto líder de “um networking internacional, com uma aprendizagem entre parceiros de diversos países”, resultando em conteúdos formativos que sobrevivem ao projeto e que “podem ser úteis no futuro, não só para os estudantes, mas também para a comunidade de profissionais deste setor”.

Em nome da escola anfitriã do evento, o diretor da ESTBarreiro/IPS, Pedro Neto, assinalou o papel da engenharia e da tecnologia na busca de soluções de sustentabilidade ambiental, sugerindo inclusivamente a possibilidade de criação de “formações específicas nesta área, como pós-graduações ou eventualmente um mestrado, dada a sua importância e atualidade”.

Financiado pelo programa Erasmus+, num montante de cerca de 322 mil euros, o projeto BUILD2050 envolveu uma equipa de 14 investigadores do IPS, de várias áreas disciplinares. Para além do IPS, o consórcio integra a Universidade de Bolonha e o Politécnico de Milão (Itália), a Universidade de Atenas (Grécia), a Universidade de Bochum (Alemanha), e a Universidade de Ciências da Vida de Varsóvia (Polónia).

 





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