Descubra se o seu animal de estimação está deprimido
Podem os animais – todos, não só os de estimação – estarem deprimidos, tal e qual um animal racional? Segundo um estudo liderado pelo professor Olivier Berton, da Universidade de Pennsylvania, a resposta é: não sabemos.
Ainda assim, o estudo revela que os roedores, primatas e peixes serão afectados pela depressão, podendo demonstrar perda de interesse pelo seu ambiente ou companheiros. “A depressão é diagnosticada em humanos com base numa lista de sintomas muito subjectivos. Os sentimentos comuns são a culpa, pensamentos de morte e perda de prazer. Como os animais não podem comunicar, mesmo se tiverem estes sentimentos, a resposta é: não podemos saber”, explica o professor em entrevista ao National Geographic.
Porém, há alguns aspectos da doença que podem ser medidos nos animais. Um desses sintomas é a chamada a anedonia, a falta de interesse em actividades de prazer. “Medimos o interesse em alimentos que os animais adoram, ou na motivação pela actividade sexual. Também medimos a interacção social com outros animais do grupo e as mudanças nos padrões de sono e actividades diárias”, continua Berton.
Outro dos comportamentos que tem sido utilizado frequentemente para medir a depressão animal é a força de vontade que estes exibem quando expostos a situação de stress. Muitos, simplesmente desistem.
Assim, e de acordo com Berton, há vários animais sobre os quais poderemos dizer, com alguma certeza, que podem deprimir-se: macacos, roedores ou peixes estão na linha da frente.
Quando questionado sobre a depressão nos animais domésticos, Berton foi incisivo. “Os veterinários dão frequentemente antidepressivos aos cães, para tratar das suas desordens comportamentais. Por exemplo, se um dono sai de casa e os cães têm stress por essa separação, eles podem desenvolver comportamentos anormais, como arranharem-se até sangrar ou comer a porta”, explicou.
“Isto representa as versões caninas das desordens psiquiátricas. E embora os tratamentos humanos parecerem funcionar nos cães, faltam-nos estudos de larga escala”, concluiu o professor de neurociência.