Produção de eletricidade por parques solares em Moçambique cresceu quase 20% em 2024



A produção de eletricidade através de parques solares em Moçambique cresceu 18,6% em 2024, mas ainda garante menos 1% do total, indicam dados oficiais consultados hoje pela Lusa.

De acordo com o relatório da execução orçamental com dados de janeiro a dezembro de 2024, a produção de eletricidade em cinco grandes parques solares do país, e por outras centrais mais pequenas, ultrapassou neste período 101.247 MegaWatts-hora (MWh), contra 85.343 MWh em todo o ano de 2023.

Para o ano passado, o Governo tinha definido a meta de produzir 138.808 MWh através dos parques solares já em funcionamento do país, objetivo que não foi atingido.

Apesar do crescimento da produção, os parques solares garantiram apenas 0,5% da produção total em Moçambique em 12 meses, liderada em 2024 pelos aproveitamentos hidroelétricos, com 83,8%, e essencialmente a Hidroelétrica de Cahora-Bassa (81,7% da produção total de eletricidade até dezembro).

Moçambique prevê avançar até 2030 com centrais solares em pelo menos cinco pontos do país, estimando introduzir na rede uma capacidade de 1.000 MW de produção elétrica, prometendo uma “verdadeira revolução solar”.

“Acelerar este tipo de projetos para uma escala maior é a forma mais simples de resolver o dilema estratégico de Moçambique após 2030: ter de escolher entre energia verde para exportação ou fornecer energia aos consumidores industriais”, de acordo com a Estratégia de Transição Energética (ETS), documento noticiado pela Lusa em 2024.

Moçambique contava anteriormente com projetos para centrais solares de 125 MW, com 80 MW já ligados à rede.

A nova estratégia, que identifica investimentos de cerca de 80 mil milhões de dólares (76,5 mil milhões de euros) até 2050, prevê que Moçambique desenvolva, numa primeira fase, até 2030, “pelo menos” 1.000 MW de nova capacidade solar fotovoltaica em Dondo, Lichinga, Manje, Cuamba, Zitundo e outros locais “a identificar”, e 200 a 500 MW de nova capacidade de energia eólica ‘onshore’, nomeadamente em Inhambane, Lagoa Pathi.

“Os grandes investidores industriais que necessitam de grandes quantidades de eletricidade verde devem ser incentivados, através de um ambiente empresarial e regulamentar favorável, a desenvolver projetos de energia solar e eólica em grande escala”, acrescenta-se no documento.

Até 2050, o objetivo é de ter pelo menos 7,5 GW de capacidade solar fotovoltaica instalada em Moçambique e até 2,5 GW de capacidade de energia eólica.

“Para garantir a otimização dos preços e acelerar a expansão da capacidade solar e eólica, o Governo deve basear-se no Programa de Leilões de Energias Renováveis em Moçambique”, cujos princípios introduziram “a concorrência na adjudicação de contratos de energias renováveis”, refere o documento.

“O rápido crescimento da expansão solar na África do Sul após a introdução dos leilões é um exemplo regional a seguir”, destaca o ETS, que sublinha ainda iniciativas de “longo prazo”.

“Continuar a desenvolver gradualmente o mais recente potencial de geração solar e eólica para satisfazer a crescente procura de eletricidade. Será necessária uma verdadeira ‘revolução solar’ para satisfazer o crescente consumo de Moçambique de uma forma limpa”, refere igualmente.





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