Quanto maior é um animal, maior a probabilidade de ter cancro



Animais com grandes massas corporais, como elefantes, girafas e pitões, têm maior probabilidade de desenvolver cancro do que animais mais pequenos, como morcegos, ratos e rãs.

A conclusão é de um estudo publicado esta segunda-feira na revista ‘PNAS’, em que os investigadores, da Universidade de Reading (Reino Unido) e da Faculdade de Medicina Johns Hopkins (Estados Unidos da América), dizem que os dados obtidos colocam em causa o chamado “paradoxo de Peto”, uma ideia que persiste há quase meio século na Biologia comparativa que defende que não há relação entre o tamanho do corpo de uma animal e o nível de incidência de cancro.

Ao analisarem dados veterinários, resultantes de autópsias, sobre cancro em 263 espécies de anfíbios, aves, mamíferos e répteis, os autores argumentam que quanto maior for o animal maior será a probabilidade de ter tumores, malignos ou benignos.

No entanto, sugerem os investigadores, espécies que desenvolveram grandes tamanhos corporais num relativamente curto espaço de tempo (à escala evolutiva), como os elefantes, parecem ter melhores defesas naturais contra o cancro, regulando o crescimento das células e combatendo atividade celular anómala. Por isso, estima-se que um elefante tem a mesma probabilidade de ter cancro de um tigre, um animal com um décimo do tamanho do primeiro.

Chris Venditti, um dos principais autores do artigo, explica, em comunicado, que espécies maiores, como os elefantes, apesar da sua resistência natural, “enfrentam maiores taxas de cancro”, algo que é “exatamente o que se esperaria”, pois, com massas corporais maiores, têm mais células, aumentando a probabilidade de alguma coisa correr mal a esse nível microscópico.

Apesar da relação entre tamanho do cor e incidência de cancro descrita neste artigo, há, claro, exceções.

Uma delas é o periquito-australiano (Melopsittacus undulatus) que apresenta uma taxa de cancro 40 vezes superior àquela que se de esperar para um animal pequeno que não pesa mais de 30 quilogramas. Outra é o rato-toupeira-nu (Heterocephalus glaber), uma espécie para a qual não existe qualquer registo de cancro, razão pela qual é vista como um poço de informação valiosa para ajudar os humanos a combater o cancro.





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