Mais de 340 mil pessoas podem ser afetadas pelo ciclone tropical Jude em Moçambique



Um total de 341 mil pessoas poderão ser afetadas pelo ciclone tropical Jude no centro e norte de Moçambique, a partir de segunda-feira, anunciaram hoje as autoridades moçambicanas.

“Cerca de 341 mil pessoas estão em risco de ficarem afetadas face a este ciclone que vai assolar o nosso país”, disse o porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), durante uma conferência de imprensa, em Maputo.

Segundo o responsável, foram ativados os comités operativos de emergência e que decorrem encontros entre o Governo moçambicano e parceiros para o levantamento de todos os recursos disponíveis de assistência aos afetados.

“Neste momento existe capacidade para assistir cerca de 65 mil pessoas daquilo que tinha sido arrolado e foi anunciado no conselho técnico, mas durante o dia de hoje a amanhã esses recursos podem ser dinamizados e, naturalmente, este número poderá alterar”, referiu Paulo Tomás.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) de Moçambique alertou para a entrada no país do ciclone tropical Jude que poderá causar ventos com rajadas de até 180 quilómetros por hora e chuvas fortes que poderão atingir 250 milímetros em 24 horas.

O ponto de entrada do ciclone será o distrito de Nacala, em Nampula, podendo atingir também as províncias de Cabo Delgado, ambas no norte de Moçambique, e Zambézia, no centro do país, as três províncias já afetadas por dois ciclones entre dezembro e janeiro.

“O sistema entrou às primeiras horas de ontem [sábado] no canal de Moçambique no estágio de depressão. Na segunda metade do dia de ontem evoluiu para o estágio de tempestade tropical moderada e a essa altura foi batizado pelo nome Jude”, disse fonte do Inam, durante a conferência de imprensa, referindo que o ciclone vai entrar para o continente nas primeiras horas de segunda-feira.

As autoridades moçambicanas alertaram também para a ocorrência de inundações urbanas, sendo a cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, a que “está com alto risco”.

O Inam avançou que continua a monitorizar a evolução do sistema e apela para que a população continue a acompanhar as informações divulgadas pelas autoridades competentes.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram o norte do país.

Os ciclones atingiram Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto para as províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) noticiados anteriormente pela Lusa.

O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.





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