“A Europa continua a aquecer e enfrenta um agravamento dos impactos climáticos”, avisa WWF



Esta terça-feira, o Coopernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia (UE), e a Organização Meteorológica Mundial divulgaram um relatório no qual alertam que “a Europa é o continente que aquece mais rapidamente” e recordam que 2024 foi o ano mais quente de que há registo na região.

Em reação aos dados publicados, a WWF, através da sua delegação europeia, diz que o relatório transmite “um aviso claro: a Europa continua a aquecer e enfrenta um agravamento dos impactos climáticos”.

Em comunicado, a organização conservacionista alerta para bloqueios no acordo das metas de redução de emissões para 2040. Recorde-se que a UE planeia cortar em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, sendo que o objetivo é chegar à neutralidade carbónica até 2050, o que implicaria reduzir em 90% as emissões até 2040.

Contudo, não parece haver unanimidade entre os Estados-membros quanto a esse objetivo intermédio, com o ‘Euractiv’ a avançar que, por exemplo, Itália sugere a redução da meta de 2040 para 80% ou 85%. Era suposto a Comissão Europeia apresentar até março passado o seu plano para redução de emissões para os próximos 15 anos, mas a falta de acordo empurrou a decisão para o segundo trimestre.

Segundo a WWF, a Comissão estará a procurar formas de introduzir maior “flexibilidade” na proposta para redução de 90% das emissões até 2040, como a compra de créditos de carbono, algo que a organização entende que só adiará o alcance dessa meta.

“Isso minaria a ação climática interna e abriria um terrível precedente a nível internacional”, afirma, em nota, Michael Sicaud-Clyet, técnico de políticas climáticas da WWF UE.

Os conservacionistas consideram alcançar as metas de descarbonização recorrendo a créditos de carbono ou adiar as metas de redução de emissões prejudicará a liderança climática da UE e agravará os impactos no continente. Por isso, apela a uma maior ambição por parte do bloco regional, exigindo, inclusivamente, que a neutralidade carbónica seja antecipada para 2040.






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