Europa: Portugueses trabalham mais e gozam menos a reforma
De acordo com dados do Eurostat, divulgados esta segunda-feira pelo Diário de Notícias, os portugueses são dos europeus que trabalham mais e se reformam efectivamente mais tarde. Ainda assim, a população nacional é aquela que menos goza o tempo de aposentadoria e, consequentemente, menos encargo dá ao sistema de pensões.
Os portugueses reformaram-se, em média, aos 63 anos, este ano, cinco meses mais tarde do que em 2007, segundo fonte oficial do Ministério do Trabalho. Há três anos, altura em que entrou em vigor a reforma da Segurança Social, liderada pelo ex-ministro da Solidariedade Social José Vieira da Silva, a idade média de reforma dos pensionistas de velhice do regime geral contributivo era de cerca de 62,6 anos.
O valor das pensões passou a estar intimamente ligado à esperança média de vida, ou seja, apesar de a idade legal continuar a ser os 65 anos, as pessoas que agora chegam à idade limite de reforma têm de trabalhar mais algum tempo para evitar as penalizações. Como se isso não bastasse, os portugueses gozam a reforma, em média, durante 20,5 anos, de acordo com a esperança média de vida, menos seis anos que os franceses, menos cinco que os luxemburgueses e menos quatro anos que os gregos, continua o estudo.
Apesar de tudo, a reforma do sistema de Segurança Social português, que prolongou a sua sustentabilidade, tem sido elogiada a nível internacional. França, Grécia e Espanha, entre outros, já anunciaram, entretanto, que pretendem seguir o exemplo, devido às crescentes pressões demográficas, às imposições políticas e, acima de tudo, devido à crise que se faz sentir em todo o mundo e que pode causar a ruptura do sistema de pensões.
No mês passado, havia 1,897 milhões de pensionistas em Portugal, o que significa 8,941 milhões de euros ao longo de 2010 em reformas por velhice, de acordo com o Instituto de Informática da Segurança Social. A acrescentar aos aposentados que atingiram o limite de idade, estão ainda os 688,7 mil titulares de pensões de sobrevivência e 291,5 reformados por invalidez.