Como fugir ao desemprego através da agricultura biológica
Depois de uma longa carreira administrativa, Teresa Rodrigues ficou desempregada aos 53 anos. Sem esperar que o emprego lhe batesse à porta, esta lisboeta resolveu pôr as mãos na terra e iniciar o seu próprio negócio, provando que a vida pode dar grandes voltas, mesmo depois dos 50.
Foi assim que começou a Quinta da Pedra Branca. Depois de ficar desempregada, Teresa Rodrigues mudou-se de Lisboa, com a família, para a aldeia de Monte Gordo, em Mafra, onde em 1995 adquiriu os terrenos da quinta.
Depois de grande dedicação a recuperar as terras da Pedra Branca, que outrora deram trabalho a muitos dos habitantes da aldeia na fruticultura e vinha, a família de Teresa Rodrigues transformou o local numa quinta dedicada à agricultura biológica.
“A ideia deste projecto surgiu inicialmente pelo prazer na agricultura e pelo comer legumes e fruta de um modo saudável e agradável. Contudo, os desfechos profissionais para uns e a instabilidade profissional para outros deram o grande empurrão na decisão de abraçar este projecto”, afirma Teresa Rodrigues.
Mesmo antes de se tornar agricultora, a antiga administrativa interessava-se pela agricultura biológica. “Três anos antes da Quinta da Pedra Branca existir tornei-me associada da Agrobio, com o objectivo de participar nas formações existentes, ter acesso à informação divulgada”, conta Teresa Rodrigues. “Na altura, com tão poucos conhecimentos sobre a agricultura biológica, a Agrobio foi para mim de grande utilidade, tornando-se uma óptima fonte de conhecimentos, motivadora e impulsionadora”, revela.
Os cinco hectares da quinta são geridos por vários membros da família e produzem essencialmente cabazes de produtos biológicos para venda ao público. O principal projecto da Quinta da Pedra Branca é a Campanha Bio-Agradável, que visa “essencialmente promover três componentes: agradável no sabor, agradável no meio-ambiente e agradável no preço”, indica Teresa Rodrigues. “Quando a família decidiu abraçar este compromisso biológico todas as conversas que surgiam sobre o projecto convergiam na importância destes pontos como meio de expandir e proporcionar ao maior número de pessoas, uma alimentação saudável”.
Actualmente a quinta produz três tipos de cabazes: pequeno e grande (de cinco e oito quilos, respectivamente), com produtos previamente definidos, e personalizado, onde o consumidor pode escolher a quantidade e variedade dos produtos. Todos os produtos possuem certificação Ecocert em produção biológica.
Os cabazes podem ser adquiridos todos os sábados no Mercado Agrobio de Loures ou no mercado online, sendo as encomendas entregues posteriormente em seis pontos previamente definidos.
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