A vida secreta das abelhas nativas



Muitas das abelhas nativas de Aotearoa tendem a nidificar sozinhas em tocas subterrâneas e, embora se saiba que são importantes polinizadores de plantas e culturas nativas, há muito que não se percebe o seu comportamento.

Investigadores estudaram agora as três das nossas 27 espécies solitárias em quatro locais urbanos em Dunedin, utilizando câmaras para monitorizar as entradas das abelhas fêmeas nos túneis.

As abelhas eram mais ativas quando as temperaturas estavam entre 20 e 25°C, tornando-se menos movimentadas com temperaturas mais quentes – o que poderia indicar que as temperaturas mais elevadas são más para as abelhas – e as espécies mais pequenas também procuravam menos alimento quando estava vento.

Os autores do estudo publicado pelo New Zealand Journal of Ecology afirmam que estas descobertas são importantes para os esforços de conservação, dado que as abelhas solitárias são mais vulneráveis à perda de habitat e aos pesticidas do que as abelhas sociais.

Zhuali Lim, estudante de mestrado no Departamento de Zoologia da Universidade de Otago e principal autor deste estudo, sublinha que “a Nova Zelândia tem 27 espécies nativas de abelhas solitárias. Ao contrário das abelhas melíferas, estas abelhas procuram alimentos e constroem ninhos de forma autónoma. As abelhas nativas fazem túneis de nidificação em solo solto ou utilizam material vegetal para construir os ninhos”.

“Apesar das suas pequenas densidades populacionais, são vitais para a polinização das plantas nativas e das culturas agrícolas. No entanto, há pouco conhecimento sobre as abelhas solitárias nativas da Nova Zelândia”, ressalva.

“A nossa investigação centrou-se na observação dos comportamentos de forrageamento e nidificação de três espécies de abelhas nativas em Dunedin. Utilizámos câmaras de vídeo para observar os seus comportamentos no seu local de nidificação”, explica.

“Duas espécies procuraram alimento durante mais tempo e com maior frequência durante a manhã, em comparação com o meio-dia e a tarde, com uma média de cerca de 24 minutos por viagem. A terceira espécie procurava alimento durante pelo menos uma hora. Além disso, todas as três abelhas nativas passaram períodos semelhantes de tempo de nidificação entre as viagens de forrageamento ao longo do dia”, afirma.

“Curiosamente, observámos vários indivíduos de uma espécie (Lasioglossum sordidum) a partilhar um túnel de nidificação, o que indica um comportamento primitivo do tipo colónia”, revela.

“As nossas descobertas contribuem para uma melhor compreensão da sua ecologia comportamental, mas é necessária mais investigação para ajudar futuros esforços de conservação”, conclui.

 





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