Alterações climáticas em Timor-Leste são “ameaça existencial”
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O vice-primeiro-ministro e ministro coordenador dos Assuntos Sociais afirmou hoje que as alterações climáticas são para uma “ameaça existencial” para Timor-Leste e defendeu ações urgentes para um sistema de saúde mais resiliente.
“As alterações climáticas não são apenas uma questão ambiental, são uma crise de saúde. Para um pequeno Estado insular como Timor-Leste, as alterações climáticas não representam apenas um desafio, mas uma ameaça existencial e são uma realidade quotidiana”, disse Assanami Sabino.
O vice-primeiro-ministro falava na sessão de abertura do encontro técnico regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o sudeste asiático sobre Alterações Climáticas e Saúde, que teve hoje início, em Díli, e que termina na sexta-feira.
No encontro da Aliança para a Ação Transformadora sobre Clima e Saúde da OMS, delegados de 10 estados-membros da OMS no sudeste asiático, peritos e representantes de agências doadoras e parceiros de cooperação vão partilhar conhecimentos, fortalecer a cooperação técnica e acelerar a implementação de sistemas de saúde sustentáveis e resilientes às alterações climáticas.
“São necessárias ações urgentes para promover a saúde e construir um sistema de saúde mais resiliente ao clima, sustentável para o ambiente e de baixo carbono”, defendeu o vice-primeiro-ministro timorense.
Segundo a OMS, o setor da saúde é responsável por cerca de 5% das emissões globais de gases com efeito de estufa.
Na região do sudeste asiático, oito países já se comprometeram a construir sistemas de saúde sustentáveis, resilientes ao clima e de baixo carbono no âmbito do Programa Saúde COP26 e a desenvolver propostas de financiamento à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, como o Fundo Verde para o Clima.
“O financiamento climático é essencial para proteger a saúde pública, construir sistemas de saúde resilientes ao clima e ambientalmente sustentáveis. No entanto, o setor da saúde enfrenta diversas barreiras para aceder ao financiamento climático devido à falta de informação sobre as oportunidades de financiamento disponíveis”, explicou o representante da OMS em Timor-Leste, Arvind Mathur, na sua intervenção.
Para a OMS, o encontro, que hoje teve início, é uma “oportunidade vital” para os países discutirem estratégicas para “aceder aos fundos internacionais para o clima” e para a definição de uma agenda de ação para a saúde para a COP30.
“Trabalhando em conjunto com as partes interessadas, podemos reforçar a resiliência, proteger a saúde e garantir um desenvolvimento sustentável para as gerações futuras”, acrescentou Arvind Mathur.
Timor-Leste é particularmente vulnerável às alterações climáticas e as condições meteorológicas extremas são cada vez mais frequentes e severas, com impacto na biodiversidade, ecossistemas, segurança alimentar e nutrição, escassez de água, que afetam principalmente as pessoas mais vulneráveis.