Avião que gera energia, triagem de grãos com AI e biorreatores feitos de plástico reciclado selecionados para competição mundial do clima
Um dispositivo aéreo para a produção de eletricidade com base na energia eólica (UPWIND), uma solução que valida informações de caracterização de cereais via análises online biomoleculares e biofísicas em larga escala (Seedsight) e biorreatores produzidos em impressoras 3D modulares que utilizam biomateriais ou filamentos de plástico reciclado (DAM – ChainReactor). São estes os três vencedores da final nacional do ClimateLaunchPad 2024, a maior competição cleantech do mundo organizada em Portugal pela UPTEC — Parque de Ciência e Tecnologia da U. Porto, Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) e Fórum Oceano/Hub Azul foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, os três vencedores do ClimateLaunchpad nacional vão representar Portugal na final regional da competição, usufruir de incubação gratuita na UPTEC durante quatro meses, além de mentoria, formação e outros prémios atribuídos pelos parceiros do programa avaliados em 10 mil euros.
A UPWIND, primeira classificada, tem um gerador portátil para a produção de eletricidade com base na energia eólica, que consiste num dispositivo aéreo ligado a uma estação terrestre através de um cabo, numa alternativa ecológica que não necessita de reabastecimento e apresenta uma grande economia de custos (cerca de 83% de redução). Já a Seedsight, segunda selecionada e recentemente incluída no top 11 mundial da Revista Nature, tem uma plataforma capaz de validar informações de caracterização de cereais via análises online biomoleculares e biofísicas de baixo custo em larga escala, usando tecnologias blockchain, deep learning, AI e sensores óticos. A terceira classificada, DAM – ChainReactor, utiliza energia renovável para alimentar impressoras 3D modulares que utilizam biomateriais ou filamentos de plástico reciclado para imprimir biorreatores de alta qualidade, económicos e personalizáveis.
Além dos três selecionados para representar Portugal na final regional, foi ainda atribuída uma menção honrosa à Mermaid’s Cellar que utiliza recifes artificiais para o envelhecimento de vinho debaixo de água, em zonas costeiras ou cavernas submarinas, numa mistura única de sustentabilidade ambiental e técnicas inovadoras de produção de vinho com adegas sustentáveis.
Os projetos empresariais foram avaliados por um painel de jurados composto por Celeste Varum (Galp), Inês Ferreira (Prio), Isabel Gião de Andrade (Vieira de Almeida), João Dias da Silva (Crowe) e Tiago Gomes (Câmara Municipal de Matosinhos), representantes das empresas parceiras do ClimateLaunchpad Portugal. Esta edição contou, também, com o apoio da 3xP Global e Smart Waste Portugal. O evento contou com a presença de Carlos Pinho da Fórum Oceano, Maria João Telles da Ordem dos Engenheiros – Região Norte e Maria Oliveira da UPTEC, representantes das entidades organizadoras da maior competição cleantech do mundo em Portugal.
A concurso nesta competição de soluções que reduzem o impacto negativo no ambiente estiveram, ainda, a Farm Akademy – um programa de literacia agrícola que pretende ter um impacto direto nos jovens estudantes que vivem em municípios rurais –, a PhosTech –produção de estruvite, um fertilizante sustentável a partir de efluentes agroindustriais, com possibilidade de serviços de teste de solo, caracterização de efluentes, ou produção de água oxigenada para rega –, e a Susplus – um sistema que recolhe e organiza os dados para a sustentabilidade das operações e produtos de PME’s na categoria de moda, de modo a cumprir a Diretiva da União Europeia relativa aos relatórios de sustentabilidade e ESG.
Desde o início desta competição, em 2014, já se candidataram ao ClimateLaunchpad quase 15 mil ideias de negócio de 60 países de todo o mundo. As 5 mil empresas “verdes” que passaram no programa já receberam mais de 500 milhões de euros em investimento externo. A decorrer em Portugal desde 2016, o programa já recebeu mais de 150 candidaturas, apoiou mais de 80 equipas e mais de 150 participantes. Além disso, Portugal conta também com três vencedores internacionais – Pavnext, Eco2blocks e Mudatuga, e as distinções da Windcredible e da Build.ing, que chegaram ambas à final regional.