Cerca de 50 hipopótamos mortos por doença no Parque Nacional de Virunga na RDCongo

Cerca de 50 hipopótamos morreram após terem contraído carbúnculo no Parque Nacional de Virunga, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), confirmaram as autoridades do parque.
O carbúnculo é uma infeção bacteriana causada pelo Bacillus anthracis, que pode afetar os seres humanos através do contacto com animais ou produtos animais contaminados.
Os corpos dos hipopótamos foram vistos a flutuar nos últimos dias no lago Edward, na fronteira com o Uganda, e num rio afluente perto das cidades de Vitshumbi, Nyakakoma, Lunyasenge e Kyavinyonge.
“As amostras foram colhidas em 05 de abril e enviadas para o laboratório veterinário de Goma, capital da província nordeste do Kivu do Norte. Após a análise das mesmas, foi obtido um resultado positivo [para o carbúnculo] em 08 de abril”, declarou Méthode Uhoze, responsável pelas relações externas do parque, aos meios de comunicação locais.
Perante esta crise sanitária, cuja origem ainda não é conhecida, as autoridades do parque Virunga alertaram as comunidades locais e aconselharam-nas a não consumir a carne dos animais mortos para evitar qualquer risco de contaminação.
Os hipopótamos e outros mamíferos já foram vítimas de carbúnculo em várias ocasiões em Virunga, bem como noutros parques naturais em África.
O parque tinha cerca de 29.000 hipopótamos nas margens do lago Edward na década de 1970, a maior população de paquidermes no mundo naquela época, segundo a informação disponível no seu ‘site’.
Desde então, porém, a sua população foi reduzida em 95% devido à caça furtiva para obter os seus dentes de marfim, bem como à perda de habitat, agravada pelo conflito entre grupos armados e o exército democrático-congolês na região.
O Parque Nacional de Virunga, declarado Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é uma das zonas naturais com maior biodiversidade do mundo.