Como alimentar tubarões pode aumentar o risco de ataques a humanos



No passado dia 21 de abril, um turista de 40 anos morreu vítima de um ataque de tubarão nas águas ao largo de Hadera, a cerca de 50 quilómetros a norte de Tel Aviv, em Israel.

Depois de analisarem as imagens do incidente – captadas por outros visitantes que se encontravam na área – uma dupla de cientistas, num artigo publicado na revista ‘Ethology’, diz que o ataque envolveu dois tubarões-faqueta (Carcharhinus obscurus). Até a este caso, não havia quaisquer registos confirmados do envolvimento da espécie em num ataque fatal a um humano.

Os tubarões costumam congregar-se em Hadera nas águas aquecidas pela central elétrica Orot Rabin e atraídos pela comida que banhistas e turistas lhes atiram. Dizem os investigadores, que isso faz com que os tubarões se tornem menos avessos aos humanos e que se aproximem cada vez mais das pessoas na esperança de que essas lhes deem comida.

A vítima de abril estava a fazer snorkelling a mais de 100 quilómetros da praia de Hadera e usava uma câmara GroPro. Os autores do estudo sugerem que o dispositivo emitia uma frequência eletromagnética que foi captada pelos tubarões, que confundiram o humano como uma presa.

Embora a primeira mordida possa ter sido uma forma de testarem de que presa de tratava, os tubarões acabaram por ferir o homem e o sangue na água atraiu outros tubarões para um “frenesim” predatório.

Kristian Parton, da Universidade de Exeter e coautor do artigo, explica, em comunicado, que “a alimentação artificial [de tubarões], quando é regulada e monitorizada pelas autoridades, pode ter grandes benefícios para o ecoturismo e para as economias locais”, bem como para melhorar a opinião que as pessoas têm acerca dos tubarões.

“Infelizmente, em Hadera as coisas não foram feitas da forma correta”, aponta o investigador. Para tornar mais seguro o turismo de observação de tubarões, sustenta Parton, as autoridades têm de proibir totalmente que as pessoas possam livremente alimentar os tubarões, sem controlo ou supervisão especializados.

“A pior solução seria eliminar indiscriminadamente todos os tubarões presentes nesta área na forma de um abate, especialmente porque este incidente específico é da total responsabilidade dos humanos”, remata.






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