COP30: Presidente brasileiro regressou a Belém para impulsionar negociações
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, regressou hoje a Belém para impulsionar as negociações na cimeira do clima da ONU (COP30), nomeadamente um roteiro para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.
Lula da Silva, que passou os últimos dias em Brasília, tem uma agenda repleta de reuniões ao longo do dia, começando com um encontro com negociadores da China, Indonésia e Índia, bem como de países da América Latina e do mundo árabe.
Também se irá reunir com representantes da União Europeia e, posteriormente, com representantes de países africanos e de pequenos Estados insulares.
A diplomacia brasileira espera colocar hoje em votação o texto que inclui uma referência à necessidade de um roteiro para o afastamento dos combustíveis fósseis, a principal fonte do aquecimento global.
O documento inclui ainda o compromisso de triplicar o financiamento para ações de adaptação às alterações climáticas e um plano para acelerar a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), as metas estabelecidas por cada país para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, que provocam o aquecimento global.
É raro que os chefes de Estado, após a abertura das COP, regressem nas fases finais da conferência. François Hollande, em 2015, para o Acordo de Paris, e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, em 2021, em Glasgow, regressaram para aumentar a pressão sobre os delegados.
Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, regressou a Belém para pressionar os negociadores a encontrarem soluções de compromisso.
O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, deu aos negociadores um prazo até hoje para uma decisão sobre quatro questões: se os países devem ser orientados para endurecer os seus novos planos climáticos; detalhes sobre a distribuição dos 300 mil milhões de dólares em ajuda climática prometida; como lidar com as barreiras comerciais relacionadas com o clima e melhorar o relato sobre a transparência e o progresso climático.
Juntamente com estas quatro questões há uma pressão de dezenas de países, ricos e pobres, para um roteiro detalhado sobre como eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. Tal é fundamental para a parte que trata do reforço dos novos planos climáticos, visando limitar o aquecimento futuro a 1,5 graus Celsius, a meta global estabelecida no Acordo de Paris de 2015.
A COP30 está prevista terminar na sexta-feira à noite, após duas semanas.