Estabilizar vitaminas e evitar oxidação da fruta até 48h



A investigadora e docente Ana Rita Duarte, da Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT,  acaba de receber uma bolsa ERC (European Research Council), a mais reputada instituição de atribuição de fundos para a investigação científica e tecnológica na Europa, para o projeto IMproVITA no valor de 150 mil euros, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, o projeto tem como principal objetivo ajudar a melhorar a vida útil de produtos perecíveis através da estabilização de vitaminas, utilizando uma tecnologia inovadora que visa aumentar a atividade antioxidante e prevenir a oxidação da fruta até 48 horas quando exposta ao ar.

“Sabemos que as indústrias de processamento de alimentos enfrentam uma elevada pressão para aumentar a vida útil dos produtos e diminuir as toneladas de resíduos geradas todos os anos, enquanto o consumidor é cada vez mais consciente nas escolhas que faz. As vitaminas, também conhecidas como antioxidantes, são o grupo mais comum de compostos químicos usados ​​para preservar o frescor dos alimentos. Este projeto visa prevenir a degradação precoce dos antioxidantes, através da utilização de sistemas eutéticos profundos (DES) para aumentar o tempo de prateleira desses compostos”, explica a investigadora Ana Rita Duarte.

Ana Rita Duarte, investigadora e docente da Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT

O comunicado salienta que os sistemas eutéticos profundos (DES) são misturas de duas espécies sólidas que em determinada razão molar formam um novo composto com propriedades diferentes. No projeto ImproVITA, a equipa de investigadores já demonstrou que a utilização desta tecnologia aumenta a atividade antioxidante até cinco dias, e previne a oxidação da fruta até 48 horas, ao contrário do que acontece com os métodos convencionais que só previnem a oxidação dos alimentos até algumas horas quando exposta ao ar.

“Nesta prova de conceito, a equipa pretende validar o produto ao nível das suas características técnicas mas também validar o mercado e avaliar o potencial comercial da nossa solução”, comenta ainda Ana Rita Duarte.

A bolsa proof of concept (ou prova de conceito), que é hoje anunciada, é atribuída a uma investigadora já distinguida por duas bolsas ERC. Em 2017, Ana Rita Duarte já tinha conquistado uma Consolidator Grant, pela ERC, pelo trabalho “Des.solve – When solids become liquids: natural deep eutectic solvents for chemical process engineering”. Mais tarde, em 2022, recebe uma bolsa, no valor de 150 mil euros para o desenvolvimento do projeto “CryoDES – Nature-inspired Cryopreservation Systems using Natural Deep Eutectic Systems”.

Adicionalmente, a bolsa proof of concept do European Research Council também significa que se deverá utilizar o financiamento para passar da teoria à prática: perceber a viabilidade dos conceitos científicos em desenvolvimento assim como explorar oportunidades de negócio ou preparar pedidos de patente. Neste caso em concreto, a equipa pretende avaliar junto do mercado qual o potencial comercial desta nova solução.

Além de docente, Ana Rita Duarte é ainda investigadora do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV/Requimte).





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