Menos Um Carro celebra aniversário com redução do número de veículos em Lisboa



Um ano depois do seu lançamento, os responsáveis pelo movimento Menos Um Carro, lançado pela Carris no final de Outubro de 2009, explicaram hoje que no último ano entraram menos carros em Lisboa, diariamente, que nos anos anteriores.

Segundo explica hoje o próprio Menos Um Carro, esta redução é ligeira mas quebra uma tendência de vários anos de aumento do número diário de automóveis a entrar em Lisboa.

“É difícil avaliar concretamente qual o impacto da iniciativa, mas o que podemos dizer é que, de há um ano para cá, o número de 800 mil carros que entram em Lisboa tem descido globalmente, embora de forma assimétrica por corredores e também por diversas razões”, salientou durante a cerimónia, que se realizou no Auditório da Carris, o engenheiro Faustino Gomes, responsável pela consultora TIS, que também ontem aderiu ao movimento.

Durante a comemoração do primeiro aniversário do Menos Um Carro, o movimento anunciou a entrada de mais quatro parceiros. Para além da consultora TIS, entraram no projecto a Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL), o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e a Siemens.

No Verão, recorde-se, já tinha entrado para o projecto a Câmara Municipal de Lisboa.

O movimento Menos Um Carro foi lançado pela Carris em Outubro de 2009 e pretende sensibilizar para a utilização do transporte público e dos modos suaves na cidade de Lisboa.

Durante a cerimónia, Faustino Gomes referiu que o desafio do Menos Um Carro é “muito exigente”. “Vamos ter que lugar muito para retirar muitos carros de Lisboa, mas vale a pena, até porque o sistema de transportes actual tem folga para acomodar mais utilizadores. Não implica reforço da oferta nem mais custos”, explicou.

Faustino Gomes deixou sugestões para aumentar a mobilidade em Lisboa: “andar a pé e usar os transportes públicos em alguns dias, usar o comércio de proximidade em conjunto com as soluções de compras online para as compras do mês e considerar os custos da mobilidade na escolha das casas ou dos escritórios, são gestos que contribuem para menos um carro”.

O engenheiro da consultora TIS lembrou ainda que “o custo de prover estacionamento para os carros não é desprezável, um lugar de estacionamento na via pública, só em custos de construção, são cerca de 300 euros. Por lugar!”.

Também presente na cerimónia, o presidente da Carris, José Manuel Silva Rodrigues, explicou que a entrada de novos parceiros é muito importante para o projecto, até porque “é necessário ter a noção que todos trabalhamos para um objectivo comum, a mobilidade sustentável”.

“A Câmara Municipal de Lisboa e as autoridades de transportes são stakeholders fundamentais na mobilidade. Não basta que qualquer operador actue isolado, é preciso uma perspectiva integrada, porque os problemas são os mesmos. Não é possível ganhar clientes para os transportes públicos se os operadores não tiverem qualidade no dia-a-dia”.

Para 2011, o Menos Um Carro prevê o lançamento de um novo site e a construção de uma aplicação para medir o Índice de Mobilidade Sustentável (IMS) no Facebook.

Haverá também a realização de Think Tanks específicos, patrocinados pelo movimento e que têm por objectivo a sistematização de novas ideias e soluções envolvendo a temática da mobilidade e aspectos centrais como a educação, a saúde e a cidadania.





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